
O afélio de 2025 acontece em julho e não provoca mudanças de temperatura na Terra
- Publicado em 7 de maio de 2025 às 16:46
- 3 minutos de leitura
- Por Manuela SILVA, AFP Uruguai, AFP México
- Tradução e adaptação AFP Brasil
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“MUITO MAIS FRIO DAQUI ATÉ AGOSTO. LEMBRE-SE: A partir de amanhã às 05:27h começaremos a vivenciar o *FENÔMENO AFELIO*. A Terra estará muito longe do Sol. Não podemos ver o fenômeno, mas PODEMOS sentir o seu impacto. Isso vai durar até o mês de agosto. Teremos tempo frio, MAIS DO QUE SEMPRE FRIO, o que resultará em gripe, tosse, dificuldade para respirar, etc”, dizem as publicações compartilhadas no Facebook e no Instagram.
O conteúdo, que também circula em espanhol, foi encaminhado ao WhatsApp do AFP Checamos, para onde os usuários podem enviar mensagens vistas em redes sociais, caso duvidem de sua veracidade.

A mensagem viral também afirma que, devido ao fenômeno, que deixaria a Terra “66% mais longe” do Sol, o ar ficará mais frio e as pessoas devem se cuidar e fortalecer seu sistema imune.
O afélio, conhecido em inglês como “aphelion”, é o fenômeno astronômico em que um planeta se encontra no ponto mais distante do Sol em sua órbita.
Contudo, ao contrário do que afirmam as publicações virais, o afélio da Terra não acontece em agosto, mas sim no início de julho, de acordo com a Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos. E não implica em mudanças de temperatura no planeta.
Afélio em 3 de julho de 2025
Segundo o Departamento de Aplicações Astronômicas da Marinha dos Estados Unidos, em 2025 o fenômeno ocorrerá em 3 de julho, às 19h55min GMT (16h55min do horário de Brasília). Neste ano, a distância entre a Terra e o Sol no seu ponto máximo será de 152.087.738 quilômetros, de acordo com estimativas do site Time and Date.
Em 2024, conforme dados do Planetário de Montevidéu, esse total foi de 152.099.968 quilômetros — uma distância de 12.230 quilômetros a mais do que a prevista para 2025.
Em média, a distância entre os dois corpos é de 150 milhões de quilômetros, o equivalente a 8,3 minutos-luz ou uma unidade astronômica (UA).
Conforme detalha a Nasa, “a órbita da Terra é elíptica e alcança a maior proximidade do Sol, um periélio de 147.090.000 km, aproximadamente em 4 de janeiro de cada ano. O afélio chega seis meses depois, com 152.100.000 km”.
Além disso, a astrônoma Andrea Sánchez, mestre em Física e doutora em Biologia pela Universidade da República, no Uruguai, explicou à AFP em 2022 que a distância entre o nosso planeta e o Sol “varia muito pouco”, e que a diferença do afélio para o periélio não supera 3%.
Sánchez reforçou que esse fenômeno não tem “absolutamente nenhuma” relação com o clima nem com consequências prejudiciais para a saúde humana.
“Todos os anos passamos pelo afélio”, afirmou, destacando que uma confusão muito comum que as pessoas têm é acreditar que as estações “são determinadas pela distância entre o Sol e a Terra, e não é assim”.
A variação de temperaturas durante as estações do ano ocorre devido à inclinação do eixo terrestre, que determina “que o Hemisfério Sul receba mais radiação solar em uma determinada estação e o Hemisfério Norte em outra”. Contudo, ela ressaltou que há mais fatores que incidem sobre a mudança do clima, “não apenas a distância até o Sol”.
O AFP Checamos já verificou mensagens similares sobre o afélio em 2022, 2023 e 2024.