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Fenômeno que afasta a Terra do Sol acontecerá em 4 de julho de 2022 e não afetará a saúde humana
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- Publicado em 10 de maio de 2022 às 22:07
- 2 minutos de leitura
- Por Manuela SILVA, AFP Uruguay, AFP Brasil
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“A partir de amanhã, às 05h27, vivenciaremos o FENÔMENO APHELION, onde a Terra estará muito distante do Sol. Não podemos ver o fenômeno, mas podemos sentir seu impacto. Isso vai durar até agosto. Teremos um clima frio mais do que o clima frio anterior, o que afetará a gripe, tosse, falta de ar, etc.”, dizem publicações compartilhadas no Facebook majoritariamente em abril de 2022.
O texto, que também circula em inglês e espanhol, continua: “A distância da Terra ao Sol é de 5 minutos-luz ou 90.000.000 km. O fenômeno do afélio a 152.000.000 km. 66% a mais. Assim, o ar fica mais frio e o impacto no corpo não é bom porque ele não está acostumado com essa temperatura”.
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O afélio, também conhecido como “aphelion”, é o fenômeno astronômico que ocorre nos anos em que a Terra está mais distante do Sol. Segundo a NASA, a agência espacial dos Estados Unidos, ele não ocorrerá “amanhã”, como sugerem as publicações virais, mas no início de julho.
De acordo com informações do site do Planetário de Montevidéu, o próximo afélio acontecerá em 4 de julho de 2022 às 4h10 locais (7h10 GMT), com uma distância entre os dois corpos astronômicos de 152.098.455 quilômetros, quando em média a distância é 150.000.000 quilômetros, o que equivale a 8,3 minutos-luz ou a uma unidade astronômica.
Isso ocorre porque o caminho da Terra ao redor do Sol é elíptico e não circular, por isso há momentos em que nosso planeta está mais longe do Sol e outros mais próximos (periélio), explica o site.
No entanto, a distância entre nosso planeta e o Sol “varia muito pouco” e a diferença entre o afélio e o periélio não ultrapassa 3%, explicou à AFP Andrea Sánchez, doutora em astronomia pela Universidade da República, no Uruguai.
Além disso, esse fenômeno não tem “absolutamente nenhuma” relação com o clima ou com consequências prejudiciais para a saúde humana, afirmou a astrônoma:
“Todo ano passamos pelo afélio” e “uma confusão muito comum [que as pessoas têm] é que [acreditam que] as estações são determinadas pela distância Sol-Terra, e não são”, acrescentou.
Sánchez explicou que a mudança das temperaturas durante as estações do ano se deve ao fato de que o eixo de rotação da Terra é inclinado e “isso determina que em uma determinada estação o Hemisfério Sul receba mais radiação solar, e em outra, o Hemisfério Norte”. No entanto, observou que há mais fatores que afetam a variação do clima, “não apenas a distância para o Sol”.