
Gravação de videogame circula falsamente como registro de ataque ucraniano a uma base aérea na Rússia
- Publicado em 10 de junho de 2025 às 19:49
- 2 minutos de leitura
- Por AFP Oriente Médio e Norte da África
- Tradução e adaptação Ezzio RAMOS , AFP Perú , AFP Brasil
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“40 bombardeiros estratégicos russos TU-95 destruídos num audaz ataque com um enxame de drones FPV ucranianos”, diz o texto sobreposto a uma das publicações compartilhadas no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube.
O conteúdo também circula em inglês e espanhol.

No vídeo viralizado, várias aeronaves estacionadas em um campo extenso são bombardeadas e incendiadas.
As publicações circulam após o anúncio dos serviços de segurança ucranianos (SBU), em 1º de junho de 2025, de que um ataque com drones “em larga escala” provocou danos em aviões militares russos estimados em US$ 7 bilhões.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, classificou a ofensiva como a operação “de maior alcance” lançada pelo país em território russo.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que várias de suas aeronaves militares “se incendiaram” após o ataque ucraniano e disse que vários suspeitos foram detidos.
Contudo, a sequência viral não é um registro do ataque.
Gravação de videogame
Uma busca reversa por fragmentos do vídeo no Google conduziu a uma publicação no YouTube de um canal que difunde conteúdos que simulam operações militares utilizando o jogo de computador Arma 3.
Na filmagem, pode ser visto o mesmo cenário e as mesmas ações reproduzidas na sequência viral.
Na descrição da gravação, publicada em 1º de junho de 2025 — o mesmo dia do anúncio do bombardeio ucraniano na Rússia —, indica-se, em inglês: “40 bombardeiros estratégicos russos TU-95 destruídos em uma audaz incursão do enxame de drones FPV ucranianos”.
Em seguida, o usuário destaca: “Imagens do Arma 3! Não são notícias reais!”.
Além disso, a filmagem apresenta inconsistências visuais, como representações irreais das aeronaves e rajadas luminosas que não parecem se originar de nenhum míssil.
O AFP Checamos já verificou outras peças de desinformação que compartilham conteúdos criados pelo Arma 3 como se fossem registros reais (1, 2, 3).