Esta foto não foi tirada em Nova York, mas após um tumulto na peregrinação à Meca em 2015
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- Publicado em 14 de maio de 2020 às 20:36
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- Por AFP Colômbia, AFP Brasil
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“Antes de Ler agradacer a Deus pela tua vida e do Teu País. É triste a noticia da Midia que se espalhou no mundo inteiro #Nova_Yorque Abrem uma vala comun para serem deitados pessoas mortas por coronavirus !! Lamentamos essa situação como Cristãos [sic]”, indica a legenda de uma das publicações no Facebook, compartilhada mais de 17 mil vezes desde o último dia 16 de abril.
Além desta, há várias outras postagens (1, 2) circulando nesta rede social, inclusive em espanhol, associada ao novo coronavírus, mas com a indicação de que se trata de pessoas que não respeitaram a quarentena no Equador.
Uma busca reversa* pela foto nos motores Google e Yandex mostra vários registros de meios de comunicação que indicam que a imagem corresponde a um tumulto ocorrido em 24 de setembro de 2015 na Arábia Saudita durante uma peregrinação à Meca. A mesma fotografia aparece sem crédito em um blog africano que também registrou o incidente.
De acordo com uma matéria da AFP, mais de 700 pessoas morreram neste tumulto ocorrido na região de Mina.
Nesse estreito vale entre montanhas rochosas é instalado anualmente um imenso campo de tendas brancas, nas quais ficam abrigados milhões de peregrinos durante o chamado “hach”, uma das maiores concentrações religiosas do mundo.
Uma comparação entre uma foto tirada pela AFP em setembro de 2015 e a imagem que circulou nas redes sociais mostra que se trata do mesmo lugar, com as mesmas tendas ao fundo.
Este foi o segundo desastre que atingiu a cidade de Meca em 2015, depois da queda de um guindaste na Grande Mesquita, acidente que matou mais de 100 pessoas. O tumulto ocorrido durante a peregrinação daquele ano, à qual compareceram dois milhões de fiéis, foi considerada a pior tragédia neste local em 25 anos.
Os Estados Unidos seguem sendo o país com o maior número de infectados - 1,4 milhão - e mortos - quase 85 mil - pelo novo coronavírus no mundo. Nova York, por sua vez, continua como o epicentro da doença no país.
No último dia 12 de maio, o principal conselheiro médico do governo de Donald Trump, Anthony Fauci, alertou sobre as sérias consequências em suspender prematuramente o confinamento decretado devido à pandemia de coronavírus.
O médico disse estar preocupado com o fato de alguns estados, ou cidades, avançarem no desconfinamento, sem seguir uma diretriz do governo que recomenda esperar por uma queda sustentada nos casos por duas semanas.
Em resumo, a imagem que mostra corpos empilhados em uma rua não corresponde a vítimas da COVID-19 em Nova York, nos Estados Unidos. A fotografia corresponde a um trágico tumulto ocorrido em 2015 na Arábia Saudita durante a peregrinação à Meca.
*Uma vez instalada a extensão InVid-WeVerify no navegador Chrome, clica-se com o botão direito sobre a imagem e o menu que aparece oferece a possibilidade de pesquisa da mesma em vários buscadores.