Chefe do Estado-Maior do Exército israelense não morreu em ataque com drones do Hezbollah

Os ataques entre Israel e o movimento libanês Hezbollah se intensificaram desde o fim de setembro de 2024. Nesse contexto, publicações que acumulam mais de mil interações nas redes sociais afirmam que o chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), Herzi Halevi, morreu em um bombardeio com drones contra uma base militar ao sul de Haifa, em Israel, em 13 de outubro de 2024. Mas isso é falso. O líder militar visitou o local logo após a ofensiva atribuída ao grupo islamista.

“O terrorista assassino de mulheres e crianças palestinas, o Chefe do Estado-Maior de Israel Herzi Halevi foi eliminado num ataque fulminante do Hezbollah à Brigada Golani, perto de Haifa. Ao contrário dos ataques israelenses, nenhuma criança foi atingida, apenas militares”, diz uma das publicações compartilhadas no X. O conteúdo circula também no Facebook, no Instagram e no TikTok.

A alegação também é difundida em espanhol, francês, árabe, turco, italiano, indonésio e coreano

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Captura de tela feita em 17 de outubro de 2024 de uma publicação no X (.)

As publicações circulam após o Hezbollah assumir a responsabilidade por um ataque com drones que matou quatro soldados em um campo de treinamento militar israelense perto da cidade de Haifa, na cidade de Binyamina, em 13 de outubro. É o ataque mais letal contra Israel desde que o país intensificou a sua ofensiva em território libanês, no final de setembro de 2024.

Israel afirma que seu objetivo é fazer o Hezbollah recuar, para proteger a sua fronteira norte e permitir que dezenas de milhares de pessoas deslocadas voltem às suas casas.

O Hezbollah, por sua vez, alega que as suas ofensivas são em solidariedade com o seu aliado palestino Hamas, que atacou Israel em 7 de outubro de 2023. O ataque do Hamas causou a morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses. O número inclui reféns que morreram em cativeiro.

A campanha militar de Israel em Gaza causou a morte de pelo menos 42.438 pessoas, a maioria delas civis, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas. Os números foram considerados confiáveis pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Líder militar israelense não morreu em ataque do Hezbollah

Herzi Halevi, chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI), viajou para visitar a base de treinamento de Binyamina, que abrigava membros da brigada Golani de Israel, em 14 de outubro, horas após o ataque de drones do Hezbollah.

“Estamos em guerra e um ataque a uma base de treino na frente interna é difícil e os resultados são dolorosos”, disse ele aos soldados durante a visita.

Vídeos e fotos publicados pelas FDI mostram Halevi andando pelo local com outros militares do país.

As FDI também publicaram um comunicado no X confirmando o número de soldados mortos no ataque e pedindo aos internautas que parem de especular sobre seus nomes.

Na quinta-feira, 17 de outubro, Israel anunciou ter matado o líder do movimento palestino Hamas, Yahya Sinwar, em uma ação em Gaza.

Após o anúncio, Herzi Halevi declarou que Israel “não vai parar” até capturar todos os autores do ataque feito pelo Hamas em outubro de 2023.

A AFP verificou outras alegações sobre o conflito israelense-palestino aqui.

Referências

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