Vídeo de soldados ucranianos capturados em 2014 circula ligado à invasão russa em 2022
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- Publicado em 14 de abril de 2022 às 22:01
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- Por AFP México, AFP Brasil
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“Os Estados Terroristas Unidos da América/escondem P/VOCÊ NÃO VER ISSO/Forças Armadas Russas assumiram/CONTROLE d/MARIÚPOL e prenderam os integrantes d/Batalhão neonazista d/AZOV o povo ucraniano saiu às ruas para vê-los DERROTADOS e p/serem julgados por crimes contra a humanidade”, diz uma das publicações compartilhadas no Twitter (1) e no Facebook.
Nas imagens, que também circulam em espanhol (1, 2) pode-se ver um grupo de pessoas sendo escoltadas por homens uniformizados andando por uma avenida, enquanto uma multidão grita com eles e joga vários objetos em sua direção.
Uma busca reversa no Google por fragmentos do vídeo levou a publicações no YouTube (1, 2, 3) feitas em 24 de agosto de 2014, na qual é possível ver a mesma cena de diferentes ângulos.
A legenda dos vídeos se refere a um "desfile de prisioneiros ucranianos" em Donetsk, território separatista no leste da Ucrânia.
Uma busca pelos termos “desfile”, “prisioneiros”, “ucranianos” e “Donetsk” limitada a agosto de 2014 levou a diversas matérias da mídia internacional (1, 2, 3) e nacional, publicadas entre os dias 24 e 25 de agosto daquele ano. Os artigos relatam que separatistas pró-Rússia exibiram a uma multidão “seus prisioneiros de guerra ucranianos em seu bastião de Donetsk (...) na Praça Lênin, no centro da cidade, sob os assobios de milhares de pessoas reunidas gritando aos militares "fascistas, fascistas!”.
Em 24 de agosto de 2014, a AFP divulgou um vídeo sobre o mesmo episódio, mas de um ângulo diferente, no qual descreve que “separatistas pró-russos de Donetsk, leste da Ucrânia, comemoraram o Dia da Independência com um desfile humilhante de soldados ucranianos capturados em combate”.
O batalhão de Azov foi fundado por militantes nacionalistas com formação paramilitar em 2014, mas posteriormente foi integrado à Guarda Nacional Ucraniana, sob o comando do Ministério do Interior.
O batalhão, que leva o nome do Mar de Azov, que banha o porto de Mariupol, ganhou reputação ao reconquistar essa cidade portuária de separatistas apoiados pela Rússia em junho de 2014. Após a invasão russa da Ucrânia em 2022, os dois exércitos voltaram a se enfrentar em Mariupol, tomada por tropas russas por semanas.