Este vídeo de ataque noturno não é do conflito russo-ucraniano, mas do israelo-palestino
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- Publicado em 28 de fevereiro de 2022 às 16:39
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- Por Marin LEFEVRE, Adrià LABORDA, AFP Espanha, AFP Brasil
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“URGENTE O INICIO DE UMA POSSÍVEL TERCEIRA GUERRA MUNDIAL - RÚSSIA COMEÇOU À ATACAR A UCRÂNIA COM MISSEIS”, diz uma das publicações que compartilha o vídeo no Facebook (1, 2, 3, 4).
A mesma sequência circula no TikTok sugerindo uma relação entre o ataque e a invasão russa na Ucrânia, que teve início em 24 de fevereiro de 2022. Conteúdos semelhantes também circulam em espanhol, francês e inglês.
No entanto, a gravação não tem relação com esse conflito.
Na parte superior direita de algumas das sequências compartilhadas nas redes é possível verificar o logotipo do jornal espanhol La Vanguardia. O veículo usualmente publica o seu conteúdo audiovisual com sua marca d'água: um "V" branco sobre um círculo azul-marinho.
Uma pesquisa no canal do YouTube do La Vanguardia mostra que a mesma gravação foi publicada na página do diário espanhol, mas associada ao conflito entre israelenses e palestinos. "Uma nova linha vermelha foi cruzada ontem à noite pelas milícias palestinas em Gaza ao lançar simultaneamente 130 mísseis contra Tel Aviv, e já de madrugada, mais 110, juntamente com outros 100 destinados a Berseba", lê-se na descrição do vídeo, publicado em 12 de maio de 2021. O texto que acompanha as imagens cita a AFP como fonte da informação.
As mesmas imagens são encontradas no início deste vídeo publicado pela AFP com o título em francês: “Mais uma noite de confrontos mortais entre Israel e Hamas”.
A Rússia iniciou a invasão à Ucrânia, país vizinho, na madrugada de 24 de fevereiro. Foram registrados bombardeios em todo o país, incluindo a capital, Kiev, e incursões terrestres em várias partes do território ucraniano.
A comunidade internacional condenou esses ataques, assim como Kiev, que também rompeu suas relações com Moscou. Os esforços diplomáticos das potências ocidentais e a imposição de sanções contra a Rússia não foram suficientes para dissuadir o presidente russo Vladimir Putin, que até o início da invasão havia mobilizado entre 150.000 e 200.000 soldados distribuídos ao longo das fronteiras ucranianas.