
Imagens de parlamentares iranianos queimando bandeira dos Estados Unidos são de 2018
- Publicado em 11 de julho de 2025 às 18:05
- 3 minutos de leitura
- Por AFP México, AFP Áustria
- Tradução e adaptação AFP Brasil
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"TENSÃO NO ORIENTE MÉDIO: Parlamentares iranianos Queimam bandeira dos EUA e Fazem Ameaças nucleares”, afirmam publicações no Facebook.
A alegação também circulou no Instagram, no Threads, no X, no TikTok e no Kwai, ao menos desde o último 19 de junho, e foi compartilhada em inglês, espanhol e alemão.

As publicações passaram a circular em meio ao conflito de 12 dias entre Israel e Irã, iniciado em 13 de junho com um um ataque sem precedentes de Israel. Os israelenses afirmaram ter como objetivo impedir que o Irã adquirisse uma bomba atômica, um objetivo negado pela República Islâmica.
Os ataques israelenses mataram oficiais do alto escalão e líderes da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, assim como mais de dez cientistas do programa nuclear iraniano.
No meio da guerra, os Estados Unidos — embora envolvidos em negociações nucleares com Teerã — bombardearam as instalações nucleares iranianas de Fordo, Isfahan e Natanz.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que os Estados Unidos "não ganharam nada" com a guerra de 12 dias entre Irã e Israel.
O vídeo viral começou a circular nos dias que antecederam a ofensiva norte-americana, quando usuários compartilharam as imagens de parlamentares iranianos queimando uma bandeira dos Estados Unidos, alegando que eles estavam ameaçando atacar o país.
A Guarda Revolucionária ameaçou os Estados Unidos com uma "retaliação lamentável" em 22 de junho após os ataques norte-americanos, mas o vídeo viral é antigo e não tem relação com eventos recentes.
Vídeo de 2018
Uma busca reversa por fragmentos da gravação encontrou as mesmas imagens publicadas em 9 de maio de 2018 em diferentes veículos de imprensa, nacionais (1, 2, 3) e internacionais.
A AFP também cobriu o caso, informando que em 9 de maio deputados iranianos queimaram "uma bandeira americana de papel e uma cópia do acordo sobre o programa nuclear na tribuna do Parlamento, aos gritos de 'morte aos Estados Unidos', um dia depois de o presidente Donald Trump anunciar a saída do pacto".

Na época, líderes do Irã condenaram veementemente a decisão de Trump, então em seu primeiro mandato como presidente dos Estados Unidos, de se retirar do acordo nuclear iraniano e restabelecer as sanções econômicas contra o país, que haviam sido suspensas.
Concluído em Viena em julho de 2015, antes da chegada de Trump à Casa Branca, o acordo sobre o programa nuclear iraniano foi assinado pelo Irã e pelo chamado grupo “5+1” (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha).
O texto previa que Teerã limitasse seu programa nuclear para garantir seu caráter civil, em troca de uma suspensão parcial e gradual das sanções internacionais que lhe eram impostas.
Referências
- Reportagens nacionais e internacionais sobre o episódio de 2018 (1, 2, 3, 4)
- Matéria da AFP sobre o episódio