Confusão entre deputado e jornalista ocorreu em 2022, não após debate à Prefeitura de SP em 2024
- Publicado em 18 de setembro de 2024 às 22:02
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- Por AFP Brasil
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“Olha o nivel do mediador da tv cultura apos a treta de ontem”, diz um dos usuários que compartilha a sequência como se fosse atual no Facebook, no Instagram, no TikTok e no Kwai.
No vídeo, o jornalista e diretor da TV Cultura, Leão Serva, intervém em uma discussão entre a também jornalista Vera Magalhães e um homem que fazia uma filmagem, retirando o aparelho celular de suas mãos e o arremessando. Em seguida, o homem é xingado por Serva.
O material começou a circular após o debate realizado pela TV Cultura com os candidatos à Prefeitura de São Paulo em 15 de setembro de 2024, mediado por Leão Serva.
O evento foi marcado pelo momento em que José Luiz Datena jogou uma cadeira contra Pablo Marçal, após ter sido provocado pelo também candidato. O programa foi interrompido e, quando voltou ao ar, Leão Serva anunciou que Datena tinha sido expulso e Marçal encaminhado ao atendimento médico. O debate então prosseguiu com os demais candidatos.
Nas redes sociais, apoiadores de Marçal criticaram a forma como o moderador conduziu o debate, como ao afirmar que o candidato havia deixado o programa por “vontade própria”.
Mas, ao contrário do que indicam as publicações, a confusão envolvendo o jornalista não ocorreu após o debate deste ano.
Incidente em 2022
Uma busca reversa por fragmentos do vídeo no Google levou à mesma gravação, publicada pelo Poder360 no YouTube, em 14 de setembro de 2022.
Na plataforma, o portal de notícias informa que o caso ocorreu após uma discussão entre a jornalista Vera Magalhães e o então deputado estadual Douglas Garcia (ex-Republicanos), durante um debate com candidatos ao governo do estado de São Paulo em 2022. Serva teria intervindo, na época, para proteger a colega de profissão.
O incidente também foi reportado por outros jornais do país. De acordo com a Folha de S.Paulo, Garcia se sentou próximo à jornalista e, gravando com um celular, teria perguntado se ela recebeu dinheiro para falar mal do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Nas redes sociais do então deputado, é possível ver registros do momento, quando afirmou que a jornalista era uma “vergonha para o Brasil” e que tinha assinado um contrato de "meio milhão de reais" com a Fundação Padre Anchieta, mantenedora da TV Cultura — desinformação já verificada pela AFP. Após o ocorrido, a jornalista se manifestou por meio de um vídeo no canal do UOL.
O jornalista Leão Serva também se pronunciou sobre o caso, afirmando que atitudes como a sua devem ser evitadas, mas que “defender mulher de agressão é imposição moral”.
Garcia, por sua vez, negou em suas redes sociais ter agredido Vera Magalhães, alegando ter apenas a questionado “de maneira absolutamente legítima”.
O AFP Checamos já verificou outros conteúdos com desinformação sobre as eleições municipais de São Paulo em 2024.
*As publicações do X foram acessadas por integrantes da AFP localizados fora do Brasil devido à suspensão da plataforma no país.