Publicações mentem ao afirmar que Boulos, Dilma e Lula superaram seus oponentes em eleições às 18h45
- Publicado em 9 de outubro de 2024 às 20:18
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- Por AFP Brasil
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“Boulos ultrapassa Marçal às 18:45; Dilma ultrapassa Aécio às 18:45; Lula ultrapassa Bolsonaro às 18:45. Tudo ‘coincidênssias’”, diz a legenda de uma publicação no Instagram que exibe gráficos dos segundos turnos das eleições presidenciais de 2014 e 2022, e do primeiro turno da eleição de 2024 para a Prefeitura de São Paulo.
A alegação também circula no Facebook, no TikTok, no Threads, no Kwai e no LinkedIn.
A disputa foi acirrada em São Paulo, com Ricardo Nunes em primeiro lugar, obtendo 1.801.139 votos (29,48%), seguido por Guilherme Boulos, que recebeu 1.776.127 votos (29,07%) e por Pablo Marçal, que obteve 1.719.274 votos (28,14%).
Contudo, não é verdade que Boulos, Dilma e Lula superaram seus adversários às 18h45.
Horários das ultrapassagens
Em São Paulo, o candidato Pablo Marçal permaneceu em segundo lugar durante parte da apuração, sendo ultrapassado por Boulos somente às 18h40. A disputa pelo segundo turno só foi matematicamente encerrada às 21h07, quando 99,52% das urnas estavam apuradas.
Em 26 de outubro de 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff disputava o segundo turno com Aécio Neves, o número de votos da petista só superou o do psdbista às 19h32, com 88,9% das urnas apuradas. Às 20h27, com 98% de apuração, Rousseff foi declarada reeleita.
Já no segundo turno de 2022, o presidente Lula ultrapassou Jair Bolsonaro (PL) às 18h44, com 67,76% das urnas contabilizadas. Às 19h56, com 98,91% de apuração, Lula foi considerado eleito.
Nunes não zerou em 3 regiões
Algumas publicações alegam, ainda, que Ricardo Nunes “teve zero votos em 3" das 57 zonas eleitorais de São Paulo. Isso é falso.
Marçal e Boulos venceram em 20 zonas eleitorais cada um, e Nunes ficou em primeiro em 17 zonas. Entretanto, como é possível ver neste mapa elaborado pelo g1, Nunes ficou em 2º ou 3º nas zonas em que não obteve o primeiro lugar.
Os resultados das zonas eleitorais também podem ser consultados pelo site do TSE.
O Checamos já verificou outras alegações envolvendo as eleições de 2024.