Homem preso por incêndio em Goiás não é o mesmo que gravou vídeo com Bolsonaro

  • Publicado em 19 de setembro de 2024 às 22:34
  • 5 minutos de leitura
  • Por AFP Brasil
Em 24 de agosto de 2024, um homem foi preso por incendiar pastos entre as cidades de Piranhas e Bom Jardim, em Goiás. Em meio à repercussão do caso, passou a circular um vídeo, com mais de 350 mil visualizações desde 27 de agosto, alegando mostrar o incendiário ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No entanto, a pessoa que aparece junto ao ex-mandatário é, na verdade, o prefeito de Piranhas, em uma gravação feita em 2022.

O homem que colocou fogo em Goiás”, lê-se no texto sobreposto a um vídeo que circula no Facebook e no Instagram. No lado esquerdo, é possível ver um homem confessando ser autor de um incêndio em Goiás. Ele diz ser do município de Piranhas e que cometeu o crime a mando de alguém chamado Rogério. No lado direito da imagem, outro homem aparece ao lado do ex-presidente Bolsonaro pedindo que ele mande um recado para Piranhas.

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Captura de tela feita em 17 de setembro de 2024 de uma publicação no Facebook (.)

O conteúdo circula em meio aos incêndios que atingem todo o Brasil. Embora o país enfrente uma seca histórica, autoridades apontam que muitas das chamas têm origem criminosa.

Contudo, o homem responsável por um incêndio em Goiás não é o mesmo que gravou ao lado de Bolsonaro.

Gravação feita por prefeito

Por meio de uma pesquisa no Google por “Município de Piranhas, Goiás” e “Bolsonaro”, o Checamos localizou uma notícia do portal O+ Positivo, na qual é possível ver a foto de um homem parecido com o que gravou com Bolsonaro. Publicada em outubro de 2022, a matéria fala sobre o apoio do prefeito de Piranhas, Marco Rogério (Solidariedade), à reeleição de Bolsonaro.

Uma busca no perfil de Marco Rogério no Instagram levou ao vídeo original, publicado também em outubro de 2022.

Já o homem que aparece confessando ter provocado incêndios se chama Lucas Vieira dos Santos, preso em 24 de agosto por queimar pastos na região de Piranhas e Bom Jardim, em Goiás. De acordo com informações obtidas pelo portal Metrópoles, Santos disse em depoimento que o mandante do crime seria um pedreiro chamado Rogério Silva.

Ao UOL, o delegado responsável pelo caso afirmou que não foi encontrada qualquer evidência que comprovasse o depoimento e que o caso continuava sendo investigado. Santos recebeu liberdade provisória em 27 de agosto, após alegar ter esquizofrenia.

Procurada, a assessoria da Polícia Civil de Goiás informou que o inquérito está em andamento. “Ainda não foi confirmada a tese de mandante e motivação política. Além disso, há histórico de que o incendiário já tinha praticado infrações semelhantes e padece de uma suposta esquizofrenia”.

Em relação a um suposto envolvimento do prefeito Marco Rogério no caso, a Polícia afirmou que a “informação não procede”.

Este conteúdo também foi checado por UOL verifica e Reuters.

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