Homem preso por incêndio em Goiás não é o mesmo que gravou vídeo com Bolsonaro
- Publicado em 19 de setembro de 2024 às 22:34
- 5 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
Copyright © AFP 2017-2024. Qualquer uso comercial deste conteúdo requer uma assinatura. Clique aqui para saber mais.
“O homem que colocou fogo em Goiás”, lê-se no texto sobreposto a um vídeo que circula no Facebook e no Instagram. No lado esquerdo, é possível ver um homem confessando ser autor de um incêndio em Goiás. Ele diz ser do município de Piranhas e que cometeu o crime a mando de alguém chamado Rogério. No lado direito da imagem, outro homem aparece ao lado do ex-presidente Bolsonaro pedindo que ele mande um recado para Piranhas.
O conteúdo circula em meio aos incêndios que atingem todo o Brasil. Embora o país enfrente uma seca histórica, autoridades apontam que muitas das chamas têm origem criminosa.
Contudo, o homem responsável por um incêndio em Goiás não é o mesmo que gravou ao lado de Bolsonaro.
Gravação feita por prefeito
Por meio de uma pesquisa no Google por “Município de Piranhas, Goiás” e “Bolsonaro”, o Checamos localizou uma notícia do portal O+ Positivo, na qual é possível ver a foto de um homem parecido com o que gravou com Bolsonaro. Publicada em outubro de 2022, a matéria fala sobre o apoio do prefeito de Piranhas, Marco Rogério (Solidariedade), à reeleição de Bolsonaro.
Uma busca no perfil de Marco Rogério no Instagram levou ao vídeo original, publicado também em outubro de 2022.
Já o homem que aparece confessando ter provocado incêndios se chama Lucas Vieira dos Santos, preso em 24 de agosto por queimar pastos na região de Piranhas e Bom Jardim, em Goiás. De acordo com informações obtidas pelo portal Metrópoles, Santos disse em depoimento que o mandante do crime seria um pedreiro chamado Rogério Silva.
Ao UOL, o delegado responsável pelo caso afirmou que não foi encontrada qualquer evidência que comprovasse o depoimento e que o caso continuava sendo investigado. Santos recebeu liberdade provisória em 27 de agosto, após alegar ter esquizofrenia.
Procurada, a assessoria da Polícia Civil de Goiás informou que o inquérito está em andamento. “Ainda não foi confirmada a tese de mandante e motivação política. Além disso, há histórico de que o incendiário já tinha praticado infrações semelhantes e padece de uma suposta esquizofrenia”.
Em relação a um suposto envolvimento do prefeito Marco Rogério no caso, a Polícia afirmou que a “informação não procede”.
Este conteúdo também foi checado por UOL verifica e Reuters.