Cobradora relatou grito de “Fora Bolsonaro” em 2020, não em 2022 como alegado nas redes
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- Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 23:59
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- Por AFP Brasil
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“Cobradora do ônibus incendiado Fala do Atentado ao ônibus em Brasília no dia 12/12/22”, diz o trecho de uma das publicações compartilhadas no Twitter, no Facebook, no Instagram e no TikTok.
Na gravação, a trabalhadora relata a jornalistas que um homem havia entrado no ônibus em que ela estava pela porta traseira, ateado fogo ao veículo e que, ao descer, teria gritado “Fora Bolsonaro”.
O conteúdo foi amplamente compartilhado nas redes sociais no dia seguinte a ações de vandalismo perpetradas em Brasília em 12 de dezembro de 2022, após a detenção do pastor indígena José Acácio Serere Xavante. O indígena é suspeito de condutas ilícitas em atos contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 30 de outubro.
No entanto, a filmagem não foi feita na noite de 12 de dezembro de 2022.
Em uma das publicações virais, um usuário alertou que o vídeo não é atual, mas de 2020. Para embasar seu comentário, ele utilizou uma captura de tela na qual se vê o título “Homem ateia fogo em ônibus e grita: Fora Bolsonaro” e a data 26 de junho de 2020.
Uma pesquisa no Google por esse título e pela data levou a uma reportagem publicada no site do Metrópoles, em 25 de junho de 2020, em que é possível ver o mesmo vídeo.
O evento repercutiu em outros veículos de imprensa (1, 2) e também foi citado, na época, por aliados de Bolsonaro, como a deputada federal Bia Kicis (PL).
Outro indício de que o vídeo não traz um relato dos atos de 2022 é que as depredações deste ano ocorreram à noite (1, 2, 3) e não à luz do dia, como na gravação.
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