A política de preços da Petrobras vigente em 2022 não foi criada no governo de Dilma Rousseff
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- Publicado em 29 de junho de 2022 às 19:58
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- Por AFP Brasil
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“Lula critica política de paridade internacional de preços da Petrobras, mas esquece que foi Dilma que implantou”, diz o texto visto na captura de tela feita de um site e compartilhada no Facebook, Twitter e Instagram.
As publicações começaram a circular no mesmo dia em que a Petrobras anunciou um novo reajuste nos preços dos combustíveis. Nos últimos dois anos, os combustíveis têm sofrido uma forte alta de preços, resultante principalmente da valorização do dólar e do aumento da cotação do barril de petróleo no mercado internacional.
Lula, que é pré-candidato à Presidência da República, afirmou em mais de uma ocasião (1, 2) que, caso vença as eleições presidenciais de outubro deste ano, não manterá a atual política de preços da Petrobras.
Mas, apesar de as publicações virais alegarem que Lula critica a política de preços que “Dilma implantou”, a medida não foi tomada no governo da ex-mandatária.
A política de preços atrelada aos preços internacionais foi anunciada em nota pela petrolífera em 14 de outubro de 2016.
O texto explica que a política tem como base dois fatores: a paridade com o mercado internacional e uma “margem” usada para remunerar riscos inerentes à operação, como, por exemplo, a volatilidade da taxa de câmbio.
“A diretoria executiva definiu que não praticaremos preços abaixo desta paridade internacional”, afirma o anúncio.
A nota também explica a diferença dessa política para a anterior:
“A principal diferença em relação ao que ocorre hoje é o prazo para os ajustes em relação ao mercado internacional. A nova política prevê avaliações para revisões de preços pelo menos uma vez por mês. É importante ressaltar que, como o valor desses combustíveis acompanhará a tendência do mercado internacional, poderá haver manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias”.
Procurada pela AFP, a assessoria de imprensa da Petrobras confirmou que a política de preços vinculada ao mercado internacional foi implementada em 14 de outubro de 2016.
Em outubro de 2016, Dilma Rousseff não ocupava a Presidência da República. Ela já havia sofrido o processo de impeachment que resultou em sua destituição em 31 de agosto de 2016.
Diferentemente do que sugerem as publicações virais, durante o seu governo, Dilma Rousseff se opôs expressamente à paridade dos preços, sendo criticada por interferir na Petrobras, gerando prejuízos para a empresa.
Atualmente, o presidente Jair Bolsonaro tem reclamado de novos reajustes e chegou a sugerir a instauração de uma CPI da Petrobras para investigar os aumentos dos preços.
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