Vídeo de Lula é tirado de contexto para parecer que criticava a prisão de ex-governador carioca
- Este artigo tem mais de um ano
- Publicado em 12 de maio de 2022 às 22:36
- 2 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
Copyright © AFP 2017-2025. Qualquer uso comercial deste conteúdo requer uma assinatura. Clique aqui para saber mais.
“Lula diz que governador do Rio não merece estar preso só porque roubou o povo...só porque roubou dinheiro público...???”, diz a legenda do conteúdo compartilhado no Facebook (1, 2) e TikTok (1, 2, 3).
Registro semelhante também circulou entre 2018 e 2019 no Twitter (1, 2, 3).
Uma pesquisa pelo vídeo na página oficial de Lula no Facebook mostra que a gravação é o fragmento de um discurso do ex-mandatário realizado em 7 de dezembro de 2017 no município de Nova Iguaçu (RJ), na Baixada Fluminense.
A partir de 33 minutos e 47 segundos do vídeo, Lula comenta sobre a situação do estado carioca: “Eu estou triste com o que está acontecendo no Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro não merece a crise que ele está vivendo. O Rio de Janeiro não merece que governadores que governaram este Estado, que foram eleitos democraticamente pelo povo estejam presos porque roubaram do povo brasileiro e roubaram o dinheiro do povo. Eu nem sei se é verdade porque não acredito em tudo que a imprensa fala. Mas é importante que haja investigação pra gente saber se é verdade, se aconteceu. E se aconteceu, quem roubou, seja pequeno, médio ou grande, tem que estar preso”.
Lula fazia referência às acusações contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB-RJ), então aliado político. No entanto, na íntegra do vídeo, o ex-presidente não se solidariza com ele por ter “roubado dinheiro do povo”, como citam algumas publicações.
Em 17 de novembro de 2016 Cabral foi preso pela operação Calicute, um desmembramento da Lava Jato. Ele era suspeito de comandar uma organização criminosa que teria recebido milhões em propina. O ex-governador foi condenado 22 vezes pela Justiça e soma mais de 400 anos de prisão pelos crimes de evasão de divisas, formação de cartel, organização criminosa, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema financeiro, corrupção passiva, corrupção ativa e fraude em licitação.
Em dezembro de 2017, o vídeo também foi compartilhado sem contexto pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo recém-eleito presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em seu canal do YouTube.