Matéria do Jornal Nacional de agosto de 2024 sobre a “Vaza Toga” volta a circular em 2025
- Publicado em 13 de agosto de 2025 às 20:27
- 3 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
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“JN repercute escândalo das mensagens vazadas de Alexandre de Moraes”, é a frase sobreposta a vídeo no Facebook e no Instagram. Conteúdo semelhante também circula no TikTok e no Kwai.
A alegação é compartilhada junto a uma reportagem do Jornal Nacional em que o apresentador William Bonner diz: “Uma reportagem publicada hoje a tarde pela Folha de S.Paulo afirma que o gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes usou mensagens de forma não oficial para ordenar que a Justiça Eleitoral produzisse relatórios sobre a atuação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Documentos que, depois, embasaram decisões do ministro no inquérito das ‘fake news’ no Supremo”.
O conteúdo começou a circular dias após o site do jornalista norte-americano Michael Shellenberger, um dos autores do dossiê “Twitter Files”, publicar supostos documentos oficiais e conversas de WhatsApp que demonstrariam que Alexandre de Moraes “teria usado ilegalmente publicações em redes sociais para prender manifestantes pró-Bolsonaro”.
O artigo de 4 de agosto de 2025 denuncia o que afirma ser um protocolo ilegal para investigar os perfis de redes sociais dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 e justificar suas prisões.
Os posts nas redes sociais parecem sugerir que o noticiário da TV Globo estaria repercutindo essas denúncias.
Não há registro, no entanto, de que as alegações tenham sido veiculadas pelo Jornal Nacional ou pela Folha de S.Paulo e a gravação agora viralizada não é recente.
Uma busca no Google pelos termos “Alexandre de Moraes”, “Folha de S.Paulo”, “JN” e “inquérito das fake news” exibiu a íntegra da reportagem, veiculada em 13 de agosto de 2024.
Na ocasião, foi repercutida uma matéria da Folha de S.Paulo, publicada na mesma data, que revelou mensagens em que assessores do gabinete de Alexandre de Moraes teriam pedido informações de forma extraoficial à Justiça Eleitoral para embasar as decisões no processo, chamado de “inquérito das fake news”, que investigou a divulgação de notícias fraudulentas, denunciações caluniosas e ameaças contra o STF e os membros da corte. O caso envolvendo a divulgação das mensagens ficou conhecido como “Vaza Toga”.
À época, o gabinete do ministro Alexandre de Moraes afirmou, em nota, que “todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República”.
O Checamos já publicou outras verificações que compartilham reportagens do Jornal Nacional fora de contexto (1, 2, 3).
Este conteúdo também foi verificado pelo Aos Fatos.
