
Marcha das Mulheres Indígenas de agosto de 2025 é compartilhada como se mostrasse protesto contra Lula
- Publicado em 13 de agosto de 2025 às 20:54
- 3 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
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“Indígenas caminhando em direção ao Congresso protestando contra Lula”, lê-se na sequência compartilhada no Instagram, no Facebook, no Threads, no TikTok e no X.
O conteúdo também foi compartilhado pelo líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante.

Uma busca no Google com os dizeres “indígenas” e “Brasília” levou a diferentes notícias (1, 2, 3) sobre uma marcha de mulheres indígenas realizada em 7 de agosto de 2025 na capital.
Os textos informam que mais de 5 mil mulheres indígenas de diferentes etnias da América do Sul marcharam da Esplanada dos Ministérios até os arredores do Congresso Nacional.
O ato reivindicava a proteção dos territórios e das mulheres indígenas, além da demarcação de terras, e o veto do presidente Lula ao projeto de lei 2.159/2021, que afrouxa os requisitos para a concessão de licenças ambientais, que ficou conhecido como “PL da Devastação”. O presidente sancionou o projeto com vetos um dia após a marcha.
A AFP reportou a marcha e registrou cartazes com a frase “VETA LULA”:

Além da mensagem de veto dirigida a Lula, as notícias não citam outras reivindicações feitas diretamente e/ou contra o presidente.
Organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), o ato teve como temática “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta” e foi o encerramento da IV Marcha das Mulheres Indígenas, que em 2025 aconteceu junto à I Conferência Nacional de Mulheres Indígenas, entre os dias 2 e 7 de agosto. Ao final da marcha, foi entregue no Congresso Nacional a “Carta dos Corpos-Territórios em Defesa da Vida”.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, também esteve presente no ato e em uma sessão solene no plenário da Câmara dos Deputados realizada após a marcha.
Através da transmissão ao vivo realizada pela Anmiga é possível confirmar que a sequência viral mostra, de fato, esse ato, por conta de elementos em comum, como as faixas penduradas no trio elétrico e a que é carregada pelas manifestantes:

Ao pesquisar o trajeto que a marcha percorreu no Google Maps, foi possível identificar que o vídeo viral foi gravado enquanto os manifestantes passavam pela via 1 do Eixo Monumental, na Asa Norte, em Brasília.
Esse conteúdo também foi verificado por Aos Fatos.
Referências
- Notícias sobre a IV Marcha das Mulheres Indígenas (1, 2, 3)
- Texto da Anmiga sobre a marcha
- Transmissão ao vivo da marcha