Imagem de Messi e Epstein em ilha foi criada com inteligência artificial
- Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 20:54
- Atualizado em 26 de abril de 2024 às 21:05
- 3 minutos de leitura
- Por Sofia BARRAGAN, AFP Argentina, AFP Brasil
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“Messi, como muitos outros, vendeu a alma pelo sucesso. Há milionários no futebol, em particular, que nem sequer seriam lavadores de louça no McDonald's sem a ajuda da cabala”, diz a legenda de uma das publicações que circulam com a imagem, compartilhada no Telegram, no Twitter e no Facebook.
As publicações começaram a circular depois de um juiz de Nova York ter desclassificado, em 3 de janeiro de 2024, documentos judiciais com as identidades de pessoas ligadas ao magnata norte-americano Jeffrey Epstein, que se suicidou em 2019 enquanto esperava ser julgado por crimes sexuais.
Os crimes teriam ocorrido em suas residências em Manhattan e Palm Beach, nos Estados Unidos, e em sua ilha particular no Caribe, Little St. James, para onde ele teria levado as jovens em um avião chamado “Lolita Express”. Nestes locais as vítimas afirmam que foram abusadas e até estupradas.
Várias celebridades, como o príncipe Andrew, do Reino Unido, foram ligadas ao caso. Mas, até o momento de publicação desta verificação, nenhum meio de comunicação informou a presença do nome de Messi nesses documentos.
Imagem gerada por inteligência artificial
Uma pesquisa reversa no Google Lens localizou a publicação mais antiga da imagem, compartilhada no X por um usuário que se dedica a fazer paródias, em 6 de janeiro de 2024.
Consultado pela AFP, o especialista e palestrante em inteligência artificial Matias Karlsson disse que a foto “foi claramente gerada pela inteligência artificial, que geralmente não é boa em criar textos e pequenos detalhes para tornar a imagem autêntica”. E acrescentou que alguns dos defeitos são “as mãos” e que o jogador de futebol “não apresenta tatuagens nas pernas”.
Na imagem é possível ver que o dedo médio da mão que aparece ao centro – e que pode ser tanto de Epstein quanto de Messi – aparece cortado.
O fotógrafo e editor de fotos Julián Bongiovanni acrescentou outra observação sobre a imagem: “A sombra da estrutura com telhado ao fundo não corresponde à de Messi e Epstein”. Além disso, ele apontou que “a baixa qualidade da imagem não permite o uso eficiente de programas que detectam IA, o que também é duvidoso”.
Por sua vez, Karlsson explicou que não há correspondência temporal em relação ao rosto de Messi e à falta de tatuagens na perna.
Em 2013, após a chegada do primeiro filho, Messi fez uma tatuagem (1, 2) na perna esquerda. Portanto, a foto deveria ter sido tirada antes deste ano. No entanto, antes de 2013, Messi não tinha a aparência exibida na imagem viral. Na verdade, ele tinha um corte de cabelo diferente e uma barba mais curta.
Assim estava Messi em 2012, segundo uma fotografia da AFP:
Epstein, por sua vez, foi acusado de tráfico e exploração sexual de menores entre 2002 e 2005.
Referências
Atualiza metadados26 de abril de 2024 Atualiza metadados