Vídeo de bandeira LGBT queimada na Ucrânia circula falsamente vinculado a ato pró-Palestina
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- Publicado em 11 de outubro de 2023 às 20:44
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- Por AFP Brasil
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“Ativistas franceses que protestavam a favor da Palestina são sequestrados por terroristas do Hamas após levantarem bandeira LGBT no meio da manifestação. Jovens seguem desaparecidos”, diz o texto com o vídeo ou capturas de tela da sequência em publicações que circulam no X (antes Twitter), no Instagram, no Facebook e no TikTok.
As mensagens acompanham um vídeo que mostra uma pessoa levantando uma bandeira com as cores do arco-íris, símbolo do movimento LGBT, que depois é queimada por um grupo de jovens.
O conteúdo passou a circular após a instauração do conflito armado entre Israel e o Hamas, depois da ofensiva surpresa do movimento islamita palestino contra Israel, em 7 de outubro de 2023.
Até o momento da publicação deste texto, o ataque do Hamas havia deixado mais de 1.200 mortos em solo israelense. Na Faixa de Gaza, pelo menos 1.055 pessoas morreram após a resposta de Israel, segundo autoridades locais. Israel também anunciou ter encontrado os corpos de cerca de 1.500 combatentes do Hamas no local.
Mas a sequência compartilhada nas redes sociais não tem relação com os acontecimentos recentes.
Uma busca reversa por fragmentos do vídeo levou ao mesmo conteúdo publicado pela AFP em português no YouTube, em 18 de maio de 2017. A agência informa que, durante uma marcha de ativistas pelos direitos da comunidade LGBT na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, um grupo de 30 jovens promoveu ataques a participantes e agentes policiais, além de queimarem uma bandeira com as cores do arco-íris.
Uma nova busca no Google pelas palavras-chave “ativistas”,“LGBT” e “Kharkiv”, filtrando pela data em questão, levou a uma matéria da Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL). Nela, é mencionado um comunicado publicado no Facebook pela Polícia Nacional da Ucrânia, em 17 de maio de 2017.
No documento, a corporação afirma que dois policiais ficaram feridos e que quatro suspeitos haviam sido detidos e submetidos a investigações.
Marchas do orgulho LGBT já haviam sido alvo de ataques na Ucrânia anteriormente.