Vídeo com carros incendiados não tem relação com MST; retrata operação contra garimpo em 2021

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  • Publicado em 13 de março de 2023 às 23:12
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  • Por AFP Brasil
Um vídeo que circula nas redes sociais como se mostrasse integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) incendiando carros retrata, na verdade, uma operação contra o garimpo na Terra Indígena Yanomami. As imagens, compartilhadas mais de 3 mil vezes desde 9 de março de 2023, foram registradas em dezembro de 2021 durante uma ação coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

“MST incendeia carro de fazendeiros a produção de alimentos no mundo por um grupo de vagabundos. Esses bandidos precisam ser parados urgentemente”, dizem publicações compartilhadas no Twitter, no Facebook e no TikTok.

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Captura de tela feita em 13 de março de 2023 de uma publicação no Twitter ( .)

O vídeo, que viraliza nas redes em meio a casos de ocupação de terras por parte do MST, mostra diversos carros incendiados, entre uma gravação e fotos em sequência. Mas as imagens não têm relação com o MST, e sim com uma operação contra o garimpo na Terra Indígena Yanomami.

Busca reversa

Uma busca reversa por trechos da gravação levou a uma publicação no TikTok datada de 2 de dezembro de 2021 que dizia: “Garimpeiros sofrem nas mãos da Polícia Federal. #amazonia #fogo #operacaopolicial”.

Por meio de outra pesquisa, a equipe de verificação digital da AFP chegou a uma notícia do Jornal da Roraima, da TV Globo, que continha as mesmas fotos inseridas na gravação viral e abordava uma operação contra o garimpo na Terra Indígena Yanomami.

Na matéria, também de dezembro de 2021, um repórter afirma: “A operação começou em agosto. Além de todas essas pessoas e o aparato de aviões, também foram apreendidos mais de 85 mil litros de combustíveis, 650 munições, mais de 30 mil quilos de minério, 17 veículos, 10 balsas, e seis embarcações”.

Ele continuou explicando que a operação contra o garimpo foi coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública com o objetivo de restabelecer as Bases de Proteção Etnoambiental na região.

Matérias do mesmo período ressaltaram as mesmas informações (1, 2).

O AFP Checamos já verificou outros conteúdos falsos que associavam integrantes do MST a ações contra o garimpo ou a supostas represálias de fazendeiros (1, 2).

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