Imagem de Bolsonaro em 2021 circula vinculada erroneamente a mandados de prisão em 2022
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- Publicado em 8 de dezembro de 2022 às 20:34
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- Por AFP Brasil
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“Bonoro hoje despachou fardado. O cerco tá fechando. São mais de 300 mandatos de prisão e vai ser antes da diplomaçao do molusco!”, diz uma das publicações que compartilham a imagem no Facebook, Instagram e Twitter.
A foto que circula nas redes sociais mostra o atual mandatário assinando um documento fardado, e usuários afirmam que o registro foi feito recentemente. As publicações apontam que Bolsonaro estaria despachando – termo utilizado para descrever uma ordem de uma autoridade pública –, em dezembro de 2022, 300 mandados de prisão e que estes seriam cumpridos antes da diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prevista para 12 de dezembro de 2022.
Uma busca reversa pela foto viral levou a outra semelhante, registrada durante a assinatura de um documento que alterava o Regulamento do Corpo do Pessoal Graduado da Aeronáutica em 1º de dezembro de 2021. De acordo com as informações publicadas no site da FAB, a cerimônia ocorreu na Base Aérea de Brasília.
O registro no mesmo ângulo em que circula nos conteúdos compartilhados nas redes sociais aparece em publicações (1, 2) no perfil oficial do Ministério da Defesa no Twitter.
O Quadro Especial de Sargentos passa a contar, além de 3° Sargentos, com 2° Sargentos. Também, altera o prazo de ingresso dos Cabos no Quadro Especial de Sargentos.
— Ministério da Defesa (@DefesaGovBr) December 1, 2021
A ação se aproxima do tratamento em vigor no âmbito dos Comandos da @marmilbr e do @exercitooficial. pic.twitter.com/jBsLowSoce
Além disso, não é atribuição do presidente da República a assinatura de mandados de prisão.
O artigo 285 do Decreto Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, indica que cabe à autoridade judiciária a ordem de prisão bem como a assinatura do documento.
A imagem circula em meio a protestos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que desde o fim das eleições – das quais Lula saiu vitorioso – alegam, sem provas, que houve fraude nas urnas e pedem uma intervenção militar no país.
O AFP Checamos já verificou outras alegações sobre o tema (1, 2).