Dois fuzileiros navais montam guarda antes da posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos em Washington, em 20 de janeiro de 2021 (Andrew Caballero-Reynolds / AFP)
(Andrew Caballero-reynolds / AFP)

O chefe dos Fuzileiros Navais não repreendeu Pelosi devido à posse presidencial nos EUA

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  • Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 19:30
  • 3 minutos de leitura
  • Por AFP Estados Unidos
  • Tradução e adaptação AFP Brasil
Desde o último dia 14 de janeiro, centenas de usuários compartilharam nas redes sociais a suposta notícia de que o comandante dos Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, David H. Berger, recusou o pedido da presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, de enviar suas tropas para proteger a posse presidencial do democrata Joe Biden. No entanto, um porta-voz da Marinha, assim como um representante do gabinete de Pelosi, informaram à AFP que estas afirmações são falsas.

“Comandante do Corpo de Fuzileiros Navais repreende Pelosi: ‘Não trabalhamos para você!’ General recusou o pedido da presidente da Câmara, Nancy Pelosi, em usar os Marines na segurança da posse de Joe Biden”, diz o título e subtítulo de um artigo compartilhado mais de 200 vezes no Facebook desde 14 de janeiro, segundo a ferramenta CrowdTangle.

O texto, publicado no site DefesaTV, sinaliza que “Pelosi contatou o general na noite de segunda-feira (12), e pediu que ele enviasse 5.000 soldados para ajudar a garantir uma transição pacífica de poder”, argumentando que “era dever patriótico do general reprimir levantes e garantir a ascensão de Biden ao Capitólio”.

A esse pedido, o general David Berger, comandante da Marinha, supostamente respondeu: “Não me dê sermões sobre patriotismo, Senhora Oradora. Servi este país com distinção por 40 anos. Eu derramei sangue por nossa nação. O que você, uma autoridade eleita em benefício próprio, fez por seu país?”.

O veículo assegura que a informação foi fornecida por uma “fonte do Pentágono falando sob a promessa de anonimato”.

A alegação foi replicada outras 1.600 vezes no Facebook (1, 2, 3) e Twitter, assim como difundida em um vídeo visualizado mais de 225 mil vezes no YouTube. O conteúdo também circula em inglês e espanhol.

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Captura de tela feita em 21 de janeiro de 2021 de uma publicação no Facebook

Joe Biden, democrata assim como Nancy Pelosi, tomou posse como o 46° presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro de 2021, substituindo o republicano Donald Trump.

Após a invasão do Capitólio por partidários de Trump no último dia 6 de janeiro, e em preparação para a posse de Biden, a maior parte do centro de Washington D.C. foi isolada e cerca de 25 mil soldados da Guarda Nacional foram enviados à capital.

Questionada pela equipe de checagem da AFP sobre a alegação de que o comandante dos Fuzileiros Navais teria se recusado a reforçar esse esquema de segurança, a capitã Casey Littesy, porta-voz dos Fuzileiros Navais, afirmou que a informação é “inequivocamente falsa e imprecisa”.

No mesmo sentido, Drew Hammill, vice-chefe do gabinete de Pelosi, indicou por e-mail que as alegações sobre a presidente da Câmara dos Deputados são “falsas”.

Outro porta-voz da Marinha, o capitão Joseph Butterfield, também comentou em e-mail: “Eu posso dizer […] que os fuzileiros navais que estarão presentes estão servindo em um papel cerimonial para a inauguração”.

Um comunicado da Banda da Marinha anunciou que o grupo se apresentaria para o novo presidente durante a cerimônia, como tem feito para todos os presidentes dos Estados Unidos desde a posse de Thomas Jefferson, em 1801. 

A equipe da AFP em Washington registrou em imagens a participação da banda durante a cerimônia de 20 de janeiro de 2021 no Capitólio. 

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Banda da Marinha dos Estados Unidos durante a cerimônia de posse do presidente Joe Biden em 20 de janeiro de 2021 (Brendan Smialowski / AFP)

A posse de Biden foi designada como um Evento Nacional Especial de Segurança (NSSE) pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS), que colocou o Serviço Secreto dos Estados Unidos no comando da cerimônia e autorizou que “todos os recursos do governo federal sejam utilizados nos planos de gestão de incidentes e de segurança de eventos para garantir a segurança de todos os participantes”.

O status de alta segurança se estendeu por toda a semana anterior à posse “à luz dos eventos” que ocorreram no Capitólio e após pedidos do Congresso e da prefeita de Washington.

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