Não, caminhoneiros não anunciaram parar o país se houver fraude nas urnas
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- Publicado em 26 de outubro de 2018 às 15:37
- Atualizado em 26 de outubro de 2018 às 21:29
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- Por AFP Brasil
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“450 grupos de caminhoneiros avisam que se fraudarem as urnas como no primeiro turno vão parar o país”, diz o texto das publicações que somaram mais de 60.000 compartilhamentos no Facebook.
A informação foi divulgada por perfis, grupos e páginas que apoiam o presidenciável de extrema direita Jair Bolsonaro. O candidato, políticos do seu partido e parte do seu eleitorado sustentam a teoria de que urnas eletrônicas no primeiro turno foram fraudadas para prejudicar sua eleição. Após pesquisa em motores de busca e redes sociais, a AFP não encontrou resultados que confirmem ou mencionem a versão, excetuando-se postagens sem evidência e com conteúdo idêntico ou similar.
Contatada pela AFP, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), agremiação que teve protagonismo durante a greve dos caminhoneiros em maio deste ano, disse que nunca se expressou sobre realizar paralisações no mês de outubro, assim como “outras lideranças” do setor com que o grêmio mantém contato. Também expressou que, presentemente, a categoria não está organizada para fazer qualquer manifestação.
Contatada pela AFP, a União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) disse desconhecer qualquer iniciativa do gênero.
Fraude nas urnas
Depois do primeiro turno das eleições gerais no dia 7 de outubro, diversas informações falsas foram disseminadas viralmente nas redes sociais, alegando fornecer provas de fraude eleitoral. Entre elas, a equipe de checagem da AFP desmentiu, por exemplo, um vídeo amplamente difundido que supostamente mostrava uma urna eletrônica autocompletando o número do candidato à presidência Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT).