
Não há evidências de reserva da primeira-dama da Venezuela em hotel de luxo no Rio de Janeiro
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- Publicado em 3 de janeiro de 2022 às 23:13
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- Por AFP Brasil
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“Deve ser ou no Fasano ou no Copacabana Palace. Descubram aí cariocas pra darem uma recepção a ela”, diz o texto das publicações compartilhadas no Facebook (1, 2, 3), no Instagram (1, 2, 3) e no Twitter (1, 2).
“A 1ª dama da Venezuela reservou um andar inteiro de um hotel cinco estrelas no Rio de Janeiro pra passagem de fim de ano. Cília Flores enviou uma lista de 86 convidados que irão se hospedar com ela, tudo pago pelo Governo Venezuelano. Capitalismo pra mim, socialismo pra vocês”, completa o texto que circula junto a uma foto da esposa de Nicolás Maduro.

Conteúdo semelhante foi verificado pela AFP em dezembro de 2018 e agora volta a circular mencionando os hotéis de luxo Fasano e Copacabana Palace.
Procurada pela equipe do Checamos, a assessoria de imprensa do Hotel Fasano disse que “essa informação não procede”.
O Copacabana Palace respondeu à AFP que “a informação não é verídica”.
Uma pesquisa no Google pelos termos “Cília Flores”, “réveillon” e “Rio de Janeiro” levou somente a desmentidos sobre a visita da primeira-dama, sem qualquer notícia sobre a suposta viagem ao Brasil.
No dia 31 de dezembro de 2021, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, publicou um comunicado e um vídeo com uma mensagem de fim de ano em sua conta no Instagram. Nas imagens, Flores aparece ao seu lado no palácio Miraflores, sede do governo bolivariano:
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Antes disso, a primeira-dama também pôde ser vista ao lado de Maduro em uma foto publicada no Twitter do mandatário para divulgar um evento de entrega de moradias no estado de Barinas ocorrido em 30 de dezembro de 2021.
O histórico recente do relacionamento entre Brasil e Venezuela tampouco indica que o Rio de Janeiro estaria entre as preferências do casal. Apesar de as relações diplomáticas entre as duas nações não estarem oficialmente rompidas, o governo brasileiro não reconhece Maduro como representante legítimo da Venezuela desde 23 de janeiro de 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro manifestou apoio a Juan Guaidó como “Presidente Encarregado da Venezuela”.
Os laços entre os governos Bolsonaro e Maduro ficaram ainda mais fragilizados em 2020, depois de o Brasil esvaziar sua embaixada em Caracas e declarar os representantes chavistas como “persona non grata”, termo usado na diplomacia quando estrangeiros em missão oficial não são bem-vindos no país receptor.
A primeira e última visita oficial do mandatário bolivariano ao Brasil foi em maio de 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (2011-2016), do Partido dos Trabalhadores.
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