
É falso que a circulação de Janja em Nova York foi restrita; primeira-dama cumpriu agenda em diferentes pontos da cidade
- Publicado em 26 de setembro de 2025 às 21:06
- Atualizado em 26 de setembro de 2025 às 21:11
- 2 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
Copyright © AFP 2017-2025. Qualquer uso comercial deste conteúdo requer uma assinatura. Clique aqui para saber mais.
“Trump proibiu Janja de circular em Nova York. Ela teve o visto restrito pelos EUA e só pode ir ao evento da ONU e voltar para casa”, diz uma legenda sobreposta a uma imagem no Kwai, no Instagram, no Facebook, no X e no TikTok.

O conteúdo começou a circular em meio às notícias sobre a demora na emissão dos vistos para a comitiva brasileira participar da 80ª Assembleia Geral da ONU, realizada no último dia 23 de setembro, o que gerou preocupação por parte das Nações Unidas.
A demora ocorreu em meio à tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, que sancionaram e revogaram os vistos de diferentes autoridades brasileiras desde agosto de 2025.
A família do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi uma das atingidas pelas sanções norte-americanas. O ministro havia sido convidado para participar de reuniões na Assembleia da ONU e do conselho da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), mas desistiu de viajar ao país após o governo norte-americano impor limites ao seu deslocamento interno.
Contudo, diferentemente do que alegam as publicações, não houve restrição de circulação a Janja.
Agenda oficial em diferentes pontos
Uma busca pelos termos “Janja” e “Nova York” resultou em diferentes notícias da imprensa nacional sobre a chegada da primeira-dama à cidade (1, 2, 3).
Segundo as reportagens, Janja chegou aos Estados Unidos três dias antes de Lula, em uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) que leva a equipe que prepara as agendas dos presidentes. A primeira-dama permaneceu na cidade de 18 a 24 de setembro.
O portal Metrópoles informou que a primeira-dama entrou no país com o visto especial oferecido pelos Estados Unidos para delegações oficiais, fruto de um acordo com a ONU.
As reportagens também indicam que a primeira-dama viajou para cumprir agenda, principalmente, ligada à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), que será realizada em novembro no Brasil, na qual atua como enviada especial para mulheres.
Nenhum dos textos informa sobre qualquer dificuldade de circulação ou de imigração.
Uma consulta na página destinada à agenda da primeira-dama no site do Palácio do Planalto nos dias em que Janja esteve em Nova York mostra que ela cumpriu agenda de eventos ligados à COP30 em diferentes locais e também acompanhou o presidente em seus compromissos (1, 2, 3, 4, 5).
Em 19 de setembro, por exemplo, Janja participou do Balanço Ético Global da América do Norte no Museu Americano de História Natural, localizado a cerca de cinco quilômetros da sede da ONU.
Fora da agenda oficial, a primeira-dama esteve em um culto na igreja batista The Abyssinian Baptist Church, no Harlem, localizada a cerca de oito quilômetros da sede da ONU, e fez compras em lojas de vestuário (1, 2).
Em contato com o Checamos em 25 de setembro, a assessoria da primeira-dama negou qualquer restrição de circulação ou de visto e ressaltou que Janja cumpriu agenda em diferentes pontos de Nova York.
Esse conteúdo também foi verificado pela Agência Lupa e pelo Fato ou Fake.