
Vídeo de 2018 de Maduro sendo atacado por drones circula em meio à crise com os Estados Unidos
- Publicado em 26 de agosto de 2025 às 18:07
- 3 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
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“Drone dos EUA por pouco não atinge Nicolás Maduro — a caçada está aberta!”, diz o texto sobreposto ao vídeo compartilhado no Facebook e no Instagram. A gravação também circula no TikTok, em postagens que asseguram que os Estados Unidos iniciaram um ataque contra Maduro “agora pouco”.
Nas imagens, vê-se Maduro falando em um microfone, cercado de pessoas com roupas militares, quando se ouve uma explosão. Em seguida, o líder venezuelano é cercado por seguranças.

Em 22 de agosto de 2025, Maduro convocou a milícia, os reservistas e “todo o povo” venezuelano para um alistamento para enfrentar as “ameaças” dos Estados Unidos.
A atitude é uma resposta à Washington, que, no início do mês, aumentou para US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) a recompensa por informações que levem à captura de Maduro, a quem acusam de colaborar com organizações ligadas ao narcotráfico e de ter “estrangulado a democracia”.
Os Estados Unidos também enviaram três navios de guerra para a costa da Venezuela sob a justificativa de intensificar o combate ao tráfico de drogas na região.
Mas a gravação viralizada não aconteceu neste contexto.
Uma busca no Google pelos termos “explosão” e “Maduro” levou a um vídeo, publicado em 5 de agosto de 2018, no canal do Poder360 no YouTube com o título “Explosão interrompe discurso de Maduro”. De acordo com a legenda, o ataque ocorreu um dia antes, em 4 de agosto de 2018.
Na data, Maduro liderava o ato em comemoração aos 81 anos da Guarda Nacional Bolivariana, em Caracas, quando o seu discurso foi interrompido por uma explosão nas proximidades do palco. Membros da guarda presidencial e militares que estavam perto de Maduro se moveram para cercá-lo. O registro desse momento foi repercutido pela imprensa, incluindo a AFP (1, 2).
Na ocasião, o governo venezuelano afirmou que drones carregados com explosivos foram detonados para atingir Maduro, que saiu ileso, e acusou Chile, Colômbia e México de vínculos com o ato. O presidente venezuelano chegou a dizer que “diversos dos intelectualmente responsáveis e financiadores do ataque vivem nos EUA, no Estado da Flórida”.
Um tribunal venezuelano condenou um ex-deputado da oposição e outras 16 pessoas a penas de entre cinco e 30 anos de prisão pela detonação dos drones.
O Checamos já verificou outras alegações enganosas que circulam após a escalada de tensão da Venezuela com os Estados Unidos em 2025 (1, 2).
Este conteúdo também foi verificado pelo Fato ou Fake e pela Reuters.
Referências
- Vídeo publicado pelo Poder 360
- Registros da imprensa (1, 2, 3)