Discurso de Bolsonaro sobre Forças Armadas é de abril de 2022 e não tem relação com as eleições
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- Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 18:52
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- Por AFP Brasil
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“Ouçam as palavras finais do presidente Bolsonaro hoje, 28/11, durante a solenidade de promoção dos oficiais-generais, recem promovidos.Juntos e ao lado do maior Exercito do mundo, que é o nosso povo, nós atingiremos nosso objetivo e garantiremos a todos estes a democracia e a liberdade!”, afirmam publicações compartilhadas no Facebook.
Postagens com alegação similar também circulam no Twitter e no TikTok.
No início do vídeo viral, ouve-se a voz de um homem sinalizando que o presidente Jair Bolsonaro teria feito o discurso em 28 de novembro de 2022.
Em seguida, vê-se o mandatário se dirigindo a uma plateia de militares. Em seu discurso, Bolsonaro exalta as Forças Armadas e o povo, dizendo que este é o “maior exército do mundo”.
Ele continua, ao indicar que não é fácil viver em um país “ainda conturbado por questões ideológicas” e que no Brasil se vive uma luta “do bem contra o mal”, mas que “o bem sempre vence”. Bolsonaro completou afirmando que o seu governo, junto com os militares brasileiros, garantiriam a democracia e a liberdade.
A gravação foi difundida nas redes em meio às manifestações (1, 2) que questionam a vitória de Lula no pleito de 2022. Os manifestantes asseguram que houve fraude eleitoral e pedem a ajuda dos militares para garantir que o novo presidente não tome posse.
No texto sobreposto ao vídeo vê-se a logomarca da “TV Brasil” e a seguinte tarja: “Presidente Jair Bolsonaro cumprimenta Oficiais-Gerais recém-promovidos”. Há, também, a indicação de que a cerimônia estaria ocorrendo em Brasília.
Uma busca pelas palavras-chave “Tv Brasil”, “cerimônia” e “oficiais generais” no Google levou ao vídeo original. Trata-se, de fato, de uma cerimônia militar ocorrida na capital federal, mas no dia 5 de abril de 2022, cerca de seis meses antes do segundo turno das eleições presidenciais.
Portanto, no discurso na íntegra, não há nenhuma menção à disputa eleitoral ou às manifestações contra o resultado das urnas.
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