O candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-presidente (2003-2010), Luiz Inácio Lula da Silva, discursa durante comício de campanha em Taboão da Serra, São Paulo, em 10 de setembro de 2022 ( AFP / Miguel Schincariol)

Fala de Lula sobre criação do “Dia de Jesus” não se refere ao Natal, mas à Marcha para Jesus

  • Este artigo tem mais de um ano
  • Publicado em 14 de setembro de 2022 às 20:23
  • 1 minutos de leitura
  • Por AFP Brasil
O candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva, disse em um discurso de campanha ter criado o "Dia de Jesus". Em publicações visualizadas mais de 12 mil vezes nas redes sociais desde 25 de agosto de 2022, usuários ironizam esse momento sugerindo que o presidenciável afirmou ter criado “o Natal”. No entanto, Lula se referia ao Dia Nacional da Marcha para Jesus, que, de fato, foi instituído em uma lei federal sancionada por ele em 2009.

“Lula diz q foi ele que criou o dia de Natal. Foi ele que criou o Natal, foi? Essa desgraça fumou maconha podre”, questiona uma das publicações compartilhadas no Facebook e TikTok.

Image
Captura de tela feita em 13 de setembro de 2022 de uma publicação no Facebook ( . / )

A alegação acompanha um vídeo em que Lula afirma em um comício político: “Vocês sabem que quem criou a lei que garantiu a existência do Dia de Jesus foi no meu governo, e foi o Lula que criou”.

A fala do ex-presidente foi publicada em suas redes sociais e foi feita durante o seu primeiro discurso na campanha eleitoral de 2022, em 16 de agosto, em frente a uma fábrica de automóveis em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.

Mas apesar de ter mencionado o "dia de Jesus", Lula não se referia ao Natal, como sugerem as publicações virais, e sim ao Dia Nacional da Marcha para Jesus, instituído durante o seu governo, em 3 de setembro de 2009, pela lei federal nº 12.025.

De acordo com essa lei, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo então presidente, o Dia Nacional da Marcha para Jesus é comemorado, anualmente, no primeiro sábado subsequente aos 60 dias após o Domingo de Páscoa.

A sanção presidencial, que contou com a presença de representantes das principais igrejas evangélicas do país foi, na época, noticiada pela imprensa e recentemente lembrada por Lula em suas redes sociais e no site do PT.

Há alguma informação que você gostaria que o serviço de checagem da AFP no Brasil verificasse?

Entre em contato conosco