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O militante fotografado com Cristina Kirchner em 2016 não é quem a atacou em 2022
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- Publicado em 6 de setembro de 2022 às 00:06
- 3 minutos de leitura
- Por Nadia NASANOVSKY, AFP Argentina, AFP Brasil
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A alegação circula junto com duas fotografias no Facebook (1, 2) e Twitter (1, 2, 3). Em uma delas o homem sorri e faz o sinal da vitória com os dedos ao lado de Cristina Kirchner e outras pessoas, e na segunda está sentado do lado da política.
“Então quer dizer que a Kirchner, cujo Ministério Público argentino havia recém pedido 12 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, usou um de seus mais fiéis apoiadores para encenar uma tentativa de assassinato? É isso mesmo?”, diz uma das publicações.
O conteúdo também circula em espanhol (1, 2).
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Uma busca reversa no Google revela que a foto viral em que o homem faz sinal de vitória foi tirada do site oficial de Kirchner. A foto foi feita em 2016 durante um ato político com estudantes do ensino médio na cidade argentina de Avellaneda, na província de Buenos Aires.
O agressor da vice-presidente, que apontou uma arma para ela e disparou sem que o projétil saísse, foi identificado como Fernando André Sabag Montiel, de nacionalidade brasileira. Na data de publicação desta verificação, o homem permanece sob custódia.
A AFP acessou seu perfil no Instagram antes que ele fosse fechado, na manhã seguinte ao ataque. Pelas capturas de tela de suas fotos, é possível observar que não se trata da mesma pessoa da foto viral.
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Após a repercussão do conteúdo, o usuário do Twitter Ignacio Barbieri esclareceu em 3 de setembro de 2022 que é ele quem aparece retratado com Cristina Kirchner. "Vocês são uns inúteis. Sou eu nessa foto. Loucos”, ele respondeu a um tuíte que compartilha a imagem.
Ele também publicou um aviso no Facebook no mesmo dia: “Há 12 horas não paro de receber mensagens por parte dos trolls de Macri, Larreta, grindetti e companhia, que tentam convencer que o ato de ódio que todos vimos ao vivo e direto é armado. E para isso espalham fotos minhas com a Cristina do ano de 2016 (eu tinha 18 anos) em que dizem que eu sou 'o brasileiro'".
Barbieri, que se define como "peronista" em seu perfil no Facebook, publicou fotos desse encontro com Kirchner em 2016, entre elas uma das viralizadas. Ele repostou o registro em 2019 e 2020.
A imagem em que um homem aparece segurando um celular ao lado de Kirchner também foi feita neste ato de 2016.
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A AFP verificou outras desinformações (1, 2) relacionadas ao atentado contra Kirchner.