Não, a revista The Economist não elegeu Lula o ex-presidente mais corrupto do mundo
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- Publicado em 30 de abril de 2019 às 21:35
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- Por AFP Brasil
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“Lula é eleito pela revista inglesa ‘The Economist’ como o maior ladrão do mundo. Ele e seus amigos petistas roubaram e desviaram para países comunistas mais de 10 trilhões do Brasil”, diz a legenda que acompanha a publicação do dia 18 de abril de 2019.
A suposta capa é composta por uma foto de Lula com a manchete: “O mais corrupto do mundo, O Presidente que quebrou uma nação”, em inglês. Na parte superior, é possível ver a data 20 de agosto de 2017, quando a edição teria sido publicada.
Entretanto, uma busca no site da própria The Economist mostra que as únicas edições de agosto de 2017 foram publicadas nos dias 5, 12, 19 e 26 do mês, nenhuma com Lula na capa.
Na verdade, o ex-presidente só apareceu duas vezes na capa da publicação britânica. Uma, em 5 de outubro de 2002, na véspera do primeiro turno da eleição presidencial brasileira, e outra em 30 de setembro de 2006, em uma fotografia ao lado do então presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
A publicação em questão é compartilhada desde 2017 nas redes sociais (1, 2, 3), mas ganhou nova força recentemente. Hoje, o ex-presidente Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá.
Nos últimos anos, a revista The Economist tem publicado uma série de edições sobre o cenário vivido no Brasil. Em 2009, durante o segundo mandato de Lula, a revista publicou uma imagem do Cristo Redentor representado como um foguete, acompanhada pela manchete “Brasil decola”. Em 2013, já no primeiro mandato de Dilma Rousseff, a segunda capa da série mostra o mesmo foguete caindo. Em 2016, durante o processo de impeachment de Dilma, o Cristo Redentor aparece segurando um cartaz com os dizeres “SOS”.
Em resumo, apesar da revista britânica já ter publicado capas com menções a Lula e ao Brasil, a edição viralizada é uma montagem e o veículo não publicou nenhuma edição sobre o ex-presidente no dia em questão.