Não, a professora que salvou crianças de creche em incêndio não foi condecorada por Bolsonaro
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- Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 20:42
- Atualizado em 16 de janeiro de 2019 às 21:43
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- Por AFP Brasil
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“Em reunião com ministros, o presidente Bolsonaro assinou uma declaração oficial, que condecora a professora Heley como heroína nacional. Emocionado, Bolsonaro elogiou a conduta da professora, que deu sua própria vida para salvar as crianças de sua creche”, diz uma publicação do blog O Congresso, compartilhada mais de 40.000 vezes desde que surgiu no dia 12 de janeiro de 2019.
No dia 6 de outubro de 2017, um segurança, que segundo as autoridades tinha problemas mentais, ateou fogo no edifício e em alunos de uma creche no município mineiro de Janaúba, a cerca de 600 quilômetros de Belo Horizonte. No incidente, uma professora e nove crianças morreram, assim como o autor do incêndio. Quarenta pessoas ficaram feridas.
Na verdade, foi o então presidente interino Michel Temer (2016-2018) quem, no dia 7 de outubro de 2017, condecorou Batista, a docente que morreu enquanto tentava salvar seus alunos do fogo. “Foi um gesto de coragem e heroísmo que tocou a todos”, disse o político do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Alegadamente, a professora teria lutado com o segurança responsável pelo incidente e ajudado a evacuar as crianças.
Heley de Abreu Silva Batista, falecida aos 43 anos, recebeu a Ordem Nacional do Mérito, uma das mais importantes homenagens distribuídas pelo governo brasileiro. Na ocasião, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República manifestou que a honraria é concedida a pessoas que serviram de exemplo de dedicação e serviço ao Brasil, “como a professora Heley Batista, que sacrificou sua própria vida para salvar a vida de seus alunos, em um gesto de coragem e de heroísmo que emocionou a todos”.
Favorável à legítima defesa, Bolsonaro assinou um decreto em 15 de janeiro que tornará mais flexível a posse de armas de fogo no país, cumprindo uma de suas principais promessas de campanha.
Ainda que o patriotismo também seja uma das bandeiras principais do novo presidente e capitão do Exército na reserva, a condecoração foi feita por ordem do antigo presidente Michel Temer, dias depois do episódio que tirou a vida da educadora de Minas Gerais em outubro de 2017.