Não, estas imagens não mostram ajuda humanitária sendo jogada fora por Maduro na Venezuela
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- Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 13:30
- Atualizado em 28 de fevereiro de 2019 às 15:40
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- Por AFP Brasil
“Que desumano. Esse ditador Nicolás Maduro merece punição rigorosa. Jogou rio abaixo toneladas de ajuda humanitária que os países enviaram para o povo venezuelano”, indica a descrição da publicação, compartilhada em diferentes redes sociais.

Captura de tela feita em 27 de fevereiro de 2019 no Brasil mostra tuíte postado em 22 de maio de 2018
A equipe de checagem da AFP no Brasil verificou a informação e constatou que as fotos foram publicadas diversas vezes no Twitter (1, 2, 3, 4 e 5) pelo menos em maio de 2018, quase um ano antes das tentativas de envio de ajuda humanitária à Venezuela.
Em 23 de fevereiro de 2019, cargas de ajuda humanitária para a Venezuela, geridas pelo líder opositor Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino da Venezuela, tiveram que recuar diante do bloqueio imposto pelos militares do país, em meio a distúrbios que deixaram ao menos dois mortos e dezenas de feridos nas fronteiras com o Brasil e a Colômbia.
Dois dos caminhões que transportavam ajuda foram incendiados na ponte fronteiriça Francisco de Paula Santander, entre Cúcuta (Colômbia) e Ureña (Venezuela).
As imagens contidas na postagem viralizada, que não puderam ter a sua localização determinada, foram divulgadas no Twitter como mostrando o descarte de comida apodrecida nos portos venezuelanos. Apesar disto, não correspondem ao período reivindicado na publicação, levando a uma interpretação equivocada.
Além disso, a ajuda humanitária ainda não conseguiu entrar no país sul-americano, impossibilitando a suposta ação de despejar a mesma em rios, como foi indicado.

Manifestantes jogam pedras após caminhão com ajuda humanitária ser queimado na ponte internacional Francisco de Paula Santander, que liga Cúcuta, na Colômbia, a Ureña, na Venezuela, durante a tentativa de cruzar a fronteira com a Venezuela, em 23 de fevereiro de 2019. (Raul Arboleda)
Desde a semana passada, a Venezuela mantém um “fechamento total” de sua fronteira com o estado brasileiro de Roraima e um bloqueio de quatro pontes com a Colômbia.
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