Não, depois das eleições, Haddad não disse que Lula irá acompanhá-lo no Planalto
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- Publicado em 12 de outubro de 2018 às 16:54
- Atualizado em 12 de outubro de 2018 às 21:29
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- Por AFP Brasil
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Uma das publicações que começaram a circular um dia depois da jornada eleitoral de 7 de outubro, que teve 1,2 milhão de visualizações e 50 mil compartilhamentos, afirma: “Olha o que o Haddad falou hoje ao sair da PF de Curitiba! Promessa de campanha: o Lula subir a rampa com ele em 01.01.19! Isso é uma afronta aos brasileiros de bem!”. A conta de Facebook do Partido Social Liberal (PSL) no Rio de Janeiro, formação do presidenciável com mais votos no primeiro turno, o político de extrema direita Jair Bolsonaro, foi uma das que viralizou a informação.
Teria Haddad feito tal declaração neste contexto? O vídeo na verdade foi publicado pela conta oficial no Twitter do ex-presidente Lula no dia 6 de agosto de 2018, dois dias após o PT definir a candidatura de Lula em convenção partidária. Nele, o candidato disse: “Acabamos de montar as coligações em torno à candidatura do Lula (...) Vamos no dia 15 levar para o TSE. Eu tenho certeza que o povo brasileiro vai estar cada vez mais engajado nesta campanha fazendo o Lula, nosso presidente, subir a rampa com ele no dia 1o de janeiro [de 2019]”.
“O povo brasileiro vai se engajar cada vez mais para fazer Lula presidente” - Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) #LulaLivre pic.twitter.com/lMX1aEyqw1
— Lula (@LulaOficial) 6 de agosto de 2018
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) só reconheceu a inelegibilidade de Lula quase um mês depois, no início de setembro, e Haddad só assumiu a posição de candidato a presidente pelo PT, com Manuela d'Ávila, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) como vice, no dia 11 daquele mês.
A afirmação de que Haddad teria se pronunciado no dia 8 de outubro é falsa e o vídeo que serve de evidência para a mesma tem cerca de 25 segundos a menos que a gravação original.
É possível constatar que não se trata de uma promessa de campanha sobre a libertação do líder petista da prisão, mas de uma declaração de anseio para que a candidatura de Lula fosse deferida, o que não aconteceu.