O Chile não aprovou nenhuma medida para abolir suas Forças Armadas
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- Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 20:20
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- Por AFP Brasil
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“Chile vai abolir as Forças Militares Armadas” e “No lugar do exército, serão instaladas as Forças de 'Paz' e policiais”, dizem publicações compartilhadas no Twitter (1, 2, 3), no Facebook (1, 2) e no Instagram (1, 2).
As mensagens se baseiam em artigos (1, 2) que afirmam que “os signatários da Convenção Constitucional do Chile apresentaram na última terça-feira, 1º, uma proposta que visa a abolir as Forças Militares Armadas (FFAA) do país” e que “em seu lugar, serão instauradas as Forças de Paz e Policiais, subordinadas ao Poder Executivo”.
Essa alegação, contudo, é falsa. A Convenção Constitucional iniciou seus trabalhos em 7 de julho de 2021 após os chilenos terem votado no plebiscito de 25 de outubro de 2020 por uma nova Constituição para substituir a herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
O órgão recebeu propostas da cidadania que, até o dia 1 de fevereiro de 2022, deviam reunir assinaturas de apoio para que fossem debatidas pela Convenção por meio de suas comissões temáticas. O mínimo exigido para que essas iniciativas populares fossem discutidas pela Convenção era de 15 mil assinaturas, e de 1.500 no caso de iniciativas dos povos originários e afrodescendentes.
Uma iniciativa popular que pedia a dissolução das Forças Armadas do Chile e sua substituição por uma Força de Proteção e Paz chegou a ser apresentada, mas, em vez das 15 mil assinaturas necessárias, reuniu apenas 461 apoios. Por esse motivo, não chegou nem sequer a ser encaminhada para debate na Convenção.
A Convenção Constitucional deliberará, finalmente, sobre 78 iniciativas populares.
Das iniciativas aprovadas, apenas uma versa sobre as Forças Armadas, mas não a respeito da sua abolição nem a instalação de “Forças de Paz e Policiais”. Ela se intitula: “Por Forças Armadas e de Ordem que sejam o orgulho de todos os chilenos e garantam a democracia, a segurança nacional e a defesa da Pátria”.
Uma consulta à Biblioteca do Congresso Nacional do Chile tampouco leva a qualquer lei ou projeto que verse sobre a extinção das Forças Armadas.
As publicações viralizadas circulam a pouco mais de um mês da posse de Gabriel Boric como novo chefe de Estado do Chile, em 11 de março.
O Checamos já verificou outros conteúdos sobre Boric e sua vitória eleitoral (1, 2, 3).