Enem já existia em outro formato antes de mudanças feitas por Haddad; entenda a história do exame
- Publicado em 18 de novembro de 2025 às 21:58
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- Por AFP Brasil
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Em 16 de novembro de 2025, milhões de estudantes realizaram a prova do segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste contexto, publicações com mais de 4 mil interações nas redes sociais alegam que a prova foi criada pelo atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Contudo, o exame foi criado em 1998, antes do petista comandar o Ministério da Educação (MEC), em 2005.
“O ENEM NÃO APARECEU DO NADA. FOI CRIADO POR UM DOS POLÍTICOS MAIS INTELIGENTES DO PAÍS: FERNANDO HADDAD (PT)” diz uma imagem que circula no X, no Instagram e no Facebook.
O conteúdo começou a circular às vésperas da realização do segundo dia da prova do Enem, que reuniu milhões de estudantes no último 16 de novembro.
Haddad foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, período em que ocorreu uma grande expansão do exame. Contudo, a prova já existia antes disso e era aceita por centenas de universidades.
Primeiros anos do Enem
O Enem foi criado em 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando o ministro da Educação era Paulo Renato Souza. O objetivo da prova era avaliar o desempenho dos estudantes do ensino médio e verificar a qualidade da educação no país.
Embora a finalidade inicial do Enem não fosse servir como um vestibular, um relatório do MEC sobre a 2ª edição aponta que já em 1999, cerca de uma centena de universidades haviam aderido ao exame.
Segundo uma matéria do jornal Folha de S. Paulo publicada à época, os critérios para adoção do Enem no processo seletivo das universidades variavam de acordo com a instituição, mas, na maioria dos casos, a nota do exame era somada à nota obtida pelo estudante no vestibular tradicional.
No ano 2000, o número de instituições que aderiram ao Enem havia dobrado. Ao final do governo FHC, em 2002, aproximadamente 400 instituições utilizaram a nota da prova em seus processos seletivos.
Crescimento durante a gestão Haddad
Com a criação do Programa Universidade para Todos (Prouni) em 2004, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o exame passou a ser utilizado como critério para concessão de bolsas de estudo (1, 2). Na época, Haddad era secretário-executivo do MEC e foi responsável pela implementação do programa.
Em 2009, quando Haddad já comandava a pasta, o Enem foi reformulado para um formato mais parecido com o atual, com 180 questões e dois dias de prova. A edição daquele ano também inaugurou o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), programa que centraliza vagas de instituições públicas e privadas sem a necessidade de realizar vestibulares separados.
Outra mudança que marcou a gestão Haddad ocorreu no ano seguinte, quando o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), criado em 1999, passou a adotar os resultados do Enem como critério para candidatos que se formaram a partir de 2010 (1, 2).
Referências
- Relatório do Enem das edições de 1998 a 2008
- Relatórios das edições do Enem de 1999, 2000 e 2002
- Breve histórico do Enem
- Matéria da Folha de S. Paulo publicada em 1999
