Postagens enganam ao atribuir a Lula prejuízo de R$ 4,4 bilhões do INSS com pagamentos a pessoas já falecidas

  • Publicado em 6 de outubro de 2025 às 21:19
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  • Por AFP Brasil
Em julho de 2025, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou uma auditoria mostrando que erros na base de dados de pessoas falecidas resultaram em R$ 4,4 bilhões de pagamentos indevidos a beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mortos. Desde então, publicações com mais de 100 mil interações nas redes sociais têm atribuído o prejuízo bilionário ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, o relatório do TCU analisou informações referentes ao período de 2016 a fevereiro de 2025, ou seja, as falhas se originam antes do início do terceiro mandato de Lula.

BOLSA DEFUNTO? TCU aponta que R$ 4,4 bilhões foram pagos a mortos pelo INSS e Bolsa Família”, lê-se em uma imagem que circula no Facebook, no Instagram, no TikTok e no X.

O conteúdo, que também foi compartilhado pelo deputado federal Eduardo Pazuello (PL) em julho de 2025, é acompanhado da imagem do presidente Lula.

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Captura de tela feita em 3 de outubro de 2025 de uma publicação no Facebook (.)

Contudo, o pagamento do montante de R$ 4,4 bilhões não se deu somente no governo Lula.

Em 23 de julho de 2025, o Tribunal de Contas da União divulgou uma auditoria apontando falhas na base do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc). Segundo o tribunal, 275,8 mil pessoas já falecidas teriam recebido benefícios sociais indevidamente no período de 2016 a fevereiro de 2025, resultando em um prejuízo de R$ 4,4 bilhões.

Na ocasião, o TCU estabeleceu um prazo de 90 dias para que o INSS adotasse medidas para apurar responsabilidades e sancionar os cartórios que encaminharam informações de óbito incompletas ou fora do prazo legal. Também foi determinado que o instituto deveria criar, em até 30 dias, um cronograma de convocação para prova de vida dos beneficiários que constavam como falecidos.

Além disso, o TCU determinou que o Comitê Gestor do Sirc (CGSirc) adotasse, em até 120 dias, medidas para viabilizar o envio dos registros ainda não inseridos no sistema. Em conjunto com a Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) e o INSS, o comitê deveria apresentar um plano de ação para integrar dados de óbitos ao Sirc.

Em 26 de agosto de 2025, o INSS emitiu um comunicado, informando que os cartórios devem adequar seus sistemas de dados, ajustando travas e corrigindo inconsistências.

 O processo segue em andamento.

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