
Jornal israelense não publicou reportagem sobre o governo Lula ter enviado dinheiro ao Hamas e ao Hezbollah
- Publicado em 14 de agosto de 2025 às 21:00
- 2 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
Copyright © AFP 2017-2025. Qualquer uso comercial deste conteúdo requer uma assinatura. Clique aqui para saber mais.
“LULA MEXEU COM PAÍS ERRADO. ELE ESQUECEU QUE ISRAEL TEM O MOSSAD? Traduzindo do hebraico para português matéria do Jerusalém Post 31/06/2025. Abre aspas: ‘Serviço Secreto de Israel, Mossad, descobre e comprova envio de recursos do governo Lula para o Hamas, Hezbollah, Irã e compra de petróleo da Rússia’”, diz uma das publicações que circulam no Facebook e no Instagram.

Ainda segundo o texto viral, o Mossad — serviço de inteligência israelense — teria revelado “laços financeiros secretos do governo Lula com grupos extremistas, Rússia, Irã, PCC e narcotráfico”.
“Com isso, o Mossad comprovou que o governo brasileiro estava envolvido em atividades que ameaçam a segurança global. A imprensa israelense está divulgando mais informações sobre o caso e é aguardado um pronunciamento em conjunto do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e do presidente dos Estados Unidos Donald Trump”, finaliza o conteúdo, que cita como fonte o site “jpost.com”, do Jerusalem Post.
Além de o texto citar como data de publicação da suposta matéria o dia 31 de junho, que não existe, um acesso ao site do Jerusalem Post mostra que o veículo não publica matérias “em hebraico”, e sim em inglês. O próprio site se define como o “maior e mais antigo jornal diário em língua inglesa em Israel”. Há também alguns textos publicados em espanhol.
Uma busca no site pelo nome de Lula não levou a nenhum artigo publicado no fim de junho de 2025 que fosse compatível com o que é citado nas publicações.
Ainda segundo o conteúdo viral, a imprensa israelense estaria divulgando mais informações sobre o caso. Porém, buscas pelo nome de Lula em veículos israelenses como Israel Hayom e Haaretz tampouco trouxeram resultados compatíveis com as alegações das redes sociais.
Uma busca feita no Google pelo texto viral em hebraico — incluído em uma das publicações no Facebook — não trouxe qualquer resultado além de outros posts em redes sociais.
Algumas postagens ainda citam como fonte uma página do Jerusalem Post que, na verdade, direciona o usuário a um curso de idiomas promovido pelo jornal.
Este conteúdo também foi verificado por UOL Confere e Fato ou Fake.