Vídeo de 2018 de Marcelinho Carioca circula como se fosse uma paralisação de caminhoneiros contra Lula em 2025

“Caminhoneiros paralizados (...) fora Lula”, diz um texto sobreposto a um vídeo que circula no Instagram, no Facebook, no YouTube e no TikTok. 

Na gravação, um homem identificado nas publicações como Marcelinho Carioca, ex-jogador de futebol e empresário, mostra uma fila de caminhoneiros na rodovia Régis Bittencourt. 

Image

Captura de tela feita em 18 de julho de 2025 de uma publicação no TikTok (.)

Uma consulta no perfil do ex-jogador no Instagram identificou o mesmo vídeo viral publicado em 26 de maio de 2018. 

Na legenda, ele afirma que a sequência foi gravada no sexto dia de paralisação dos caminhoneiros e que eles se queixavam “do preço do diesel, do pedágio, da condição das estradas e dos custos para a sua atividade, como o IPVA”. 

Em 21 de maio daquele ano, caminhoneiros de ao menos 21 estados bloquearam rodovias pelo Brasil para protestar contra o aumento do combustível. A categoria reivindicava o corte de impostos pela gestão do então presidente Michel Temer (MDB) para baratear o diesel. 

Durante a paralisação, que durou dez dias, a população enfrentou falta de gasolina e de alimentos frescos. A mobilização foi encerrada após o governo assinar uma medida provisória que reduziu o preço do diesel. 

Uma busca no Google com os termos “paralisação”  e “caminhoneiros” não levou a registros ou notícias de manifestações da categoria em julho de 2025. 

“Ver o que vai acontecer”

O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) disse em vídeo publicado em 20 de julho de 2025, em sua conta no Instagram, que ele estaria sendo cobrado sobre uma possível greve desses trabalhadores em protesto contra as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em 18 de julho, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

Em 24 de julho, o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos (Abrava), Wallace Landim, publicou um vídeo, que também foi enviado para a equipe do Checamos, em que afirma que a categoria “luta pelo seu setor, não para resolver o problema de país e nem para defender político A ou B”. 

• Dois dias antes, Landim negou uma greve dos caminhoneiros e disse que não deixaria que a categoria fosse usada como “massa de manobra”. 

O presidente da Abrava demonstrou preocupação sobre o efeito para os trabalhadores do transporte rodoviário da taxa de 50% sobre produtos brasileiros imposta pelos Estados Unidos, que tem previsão de início para 1º de agosto. Mas ressaltou que é necessário “acompanhar para ver o que vai acontecer”. 

Esse conteúdo também foi verificado pela Reuters. 

Referências 

• Publicação com o vídeo feita por Marcelinho Carioca em maio de 2018
• Vídeos do presidente da Abrava negando uma greve da categoria (1, 2)