Greve de professores do Distrito Federal reivindica pautas ao governo local, e não ao federal

  • Publicado em 6 de junho de 2025 às 16:34
  • 3 minutos de leitura
  • Por AFP Brasil
Professores e orientadores da rede pública do Distrito Federal entraram em greve em 2 de junho de 2025 cobrando reajustes salariais e reestruturação da carreira. Diante disso, publicações com mais de 80 mil visualizações nas redes sociais compartilham o vídeo de um ato da categoria, sugerindo que os profissionais estariam protestando contra a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, a greve faz cobranças ao governo do Distrito Federal. À AFP, o Sindicato dos Professores do DF (Sinpro) confirmou que não há reivindicações ao governo federal na paralisação. 

“Professores do Distrito Federal entraram em greve hoje! Faz o L”, lê-se na legenda que acompanha o vídeo no Instagram, no Facebook, no X e no TikTok

Na gravação, vê-se um grupo de pessoas protestando em uma rua, segurando cartazes com dizeres como “Agora é greve” e “Não tem proposta, vai ter resposta”. 

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Captura de tela feita em 5 de junho de 2025 de uma publicação no Facebook (.)

Uma busca reversa por fragmentos da gravação levou a uma publicação feita no Instagram, em 27 de maio de 2025, por Leilane Costa, uma representante do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF). 

Na legenda, ela menciona o sindicato e informa que os professores estão em greve por “culpa” de Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, de Celina Leão, vice-governadora, e de Hélvia Paranaguá, secretária de Educação

Uma busca no site do Sinpro-DF pelo termo “greve” levou a uma nota, também publicada em 27 de maio, com a informação de que professores e orientadores da rede pública do DF optaram, em assembleia geral, por paralisar as atividades para reivindicar a reestruturação de carreira do magistério, após negociações com o governo do Distrito Federal não avançarem

Iniciada em 2 de junho, a greve paralisou 255 unidades públicas e teve adoção parcial dos professores, que pedem o aumento do salário base, valorização da progressão horizontal com a ampliação dos percentuais de aumento salarial, a possibilidade de os professores contratados temporariamente utilizarem o tempo de serviço para enquadramento nos padrões (etapas a serem cumpridas) após efetivados, e a ampliação do percentual de aumento a cada mudança de padrão. 

As pautas da greve fazem parte da “Campanha Salarial 19,8% rumo à meta 17 – reestruturação da carreira já!”. 

Na gravação viral, é possível identificar blusas com os dizeres “19,8%” e cartazes com os rostos do governador, da vice-governadora e da secretária de Educação do DF com o escrito “inimigos da educação”

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Captura de tela feita em 5 de junho de 2025 de uma publicação no Facebook com detalhes assinalados pela AFP (.)

Segundo o texto publicado em 27 de maio, após a assembleia daquele dia, os participantes realizaram um ato público, onde seguiram em passeata para o Palácio do Buriti, sede do governo do DF. Esse é o ato que aparece na gravação viral.  

A busca no site do Sinpro-DF também levou a outros textos sobre a atual paralisação, em que são citados acordos não cumpridos pelo governo local (1, 2, 3), segundo o sindicato. 

Em nota ao Checamos, a entidade negou que haja reivindicações direcionadas ao governo federal na greve.  

“As nossas reivindicações e cobranças são direcionadas única e exclusivamente ao Governo do Distrito Federal (GDF), representado pelo governador Ibaneis Rocha, a vice-governadora Celina Leão e à secretária da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá”, diz a nota enviada por e-mail em 4 de junho de 2025. 

O sindicato também confirmou que a gravação foi feita e publicada por uma das representantes legais da entidade em 27 de maio, durante o ato público: “No momento da gravação, os professores e orientadores educacionais seguiam caminhando em direção à Praça do Buriti, localizada em frente ao Palácio do Buriti, sede do GDF ”

Referências 

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