
Greve de professores do Distrito Federal reivindica pautas ao governo local, e não ao federal
- Publicado em 6 de junho de 2025 às 16:34
- 3 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
Copyright © AFP 2017-2025. Qualquer uso comercial deste conteúdo requer uma assinatura. Clique aqui para saber mais.
“Professores do Distrito Federal entraram em greve hoje! Faz o L”, lê-se na legenda que acompanha o vídeo no Instagram, no Facebook, no X e no TikTok.
Na gravação, vê-se um grupo de pessoas protestando em uma rua, segurando cartazes com dizeres como “Agora é greve” e “Não tem proposta, vai ter resposta”.

Uma busca reversa por fragmentos da gravação levou a uma publicação feita no Instagram, em 27 de maio de 2025, por Leilane Costa, uma representante do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF).
Na legenda, ela menciona o sindicato e informa que os professores estão em greve por “culpa” de Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, de Celina Leão, vice-governadora, e de Hélvia Paranaguá, secretária de Educação.
Uma busca no site do Sinpro-DF pelo termo “greve” levou a uma nota, também publicada em 27 de maio, com a informação de que professores e orientadores da rede pública do DF optaram, em assembleia geral, por paralisar as atividades para reivindicar a reestruturação de carreira do magistério, após negociações com o governo do Distrito Federal não avançarem.
Iniciada em 2 de junho, a greve paralisou 255 unidades públicas e teve adoção parcial dos professores, que pedem o aumento do salário base, valorização da progressão horizontal com a ampliação dos percentuais de aumento salarial, a possibilidade de os professores contratados temporariamente utilizarem o tempo de serviço para enquadramento nos padrões (etapas a serem cumpridas) após efetivados, e a ampliação do percentual de aumento a cada mudança de padrão.
As pautas da greve fazem parte da “Campanha Salarial 19,8% rumo à meta 17 – reestruturação da carreira já!”.
Na gravação viral, é possível identificar blusas com os dizeres “19,8%” e cartazes com os rostos do governador, da vice-governadora e da secretária de Educação do DF com o escrito “inimigos da educação”.

Segundo o texto publicado em 27 de maio, após a assembleia daquele dia, os participantes realizaram um ato público, onde seguiram em passeata para o Palácio do Buriti, sede do governo do DF. Esse é o ato que aparece na gravação viral.
A busca no site do Sinpro-DF também levou a outros textos sobre a atual paralisação, em que são citados acordos não cumpridos pelo governo local (1, 2, 3), segundo o sindicato.
Em nota ao Checamos, a entidade negou que haja reivindicações direcionadas ao governo federal na greve.
“As nossas reivindicações e cobranças são direcionadas única e exclusivamente ao Governo do Distrito Federal (GDF), representado pelo governador Ibaneis Rocha, a vice-governadora Celina Leão e à secretária da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá”, diz a nota enviada por e-mail em 4 de junho de 2025.
O sindicato também confirmou que a gravação foi feita e publicada por uma das representantes legais da entidade em 27 de maio, durante o ato público: “No momento da gravação, os professores e orientadores educacionais seguiam caminhando em direção à Praça do Buriti, localizada em frente ao Palácio do Buriti, sede do GDF ”.
Referências
- Publicação de Leilane Costa em 27 de maio de 2025
- Notícias sobre a adoção da greve (1, 2)
- Reivindicações da greve
- Notas do Sinpro sobre a greve (1, 2, 3)