Pesquisador Leo Ferreira não estava entre os passageiros do avião que caiu em Vinhedo
- Publicado em 13 de agosto de 2024 às 16:24
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- Por AFP Brasil
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“Este é o Dr. Leo Ferreira - ele foi um dos oito especialistas em câncer que morreram tragicamente quando um avião caiu em Vinhedos. Ele afirma ter descoberto uma maneira de regular as células T do corpo para atacar tumores”, diz a legenda de um vídeo compartilhado no X, no Instagram e no Facebook.
O conteúdo também circula em inglês, espanhol, turco e francês, com legendas em tom conspiratório que dão a entender que a suposta morte de Ferreira teria relação com o avanço de seus estudos.
No vídeo, um homem apresenta em inglês descobertas relacionadas a células T, que atuam no sistema imunológico, e ao tratamento de câncer.
A alegação começou a ser compartilhada após um avião que partia de Cascavel (PR) cair em Vinhedo (SP), no último dia 9 de agosto, provocando a morte de 62 pessoas que estavam a bordo. As autoridades ainda investigam a causa da queda.
Entre as vítimas, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) identificou oito profissionais que estavam a caminho de um congresso de oncologia em São Paulo.
Contudo, o nome de Leo Ferreira não consta na lista de passageiros do voo.
Por meio de uma busca pelas palavras-chave “Leo Ferreira” e “T cell”, o Checamos localizou o vídeo viral em uma publicação de 10 de abril de 2024 no canal do YouTube da Universidade de Medicina da Carolina do Sul (MUSC), nos Estados Unidos.
A descrição do vídeo diz: “Leo Ferreira, Ph.D., professor assistente na MUSC, discute sua pesquisa apresentada em seu pôster da AACR [Associação Americana para a Pesquisa do Câncer] ‘Reutilização de células T reguladoras com receptor de antígeno quimérico para tratamento de câncer’".
Ferreira é professor assistente de Microbiologia e Imunologia na MUSC. Ele também comanda um laboratório que pesquisa a função das células T na imunidade.
Procurada pela AFP, a assessoria da universidade informou em 12 de agosto de 2024 que o “Dr. Ferreira está vivo e em Charleston [cidade na Carolina do Sul] hoje, realizando experimentos em seu laboratório”.
Em 13 de agosto de 2024, Ferreira também confirmou à AFP que não estava no voo. “Estou vivo e bem, trabalhando em meu laboratório no Hollings Cancer Center, Medical University of South Carolina, Charleston, SC, EUA. Ofereço minhas sinceras condolências à família, amigos, colegas e pacientes dos passageiros que faleceram”.