Gravação de homem urinando em outro foi feita na Índia, e não no Rio de Janeiro

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  • Publicado em 20 de dezembro de 2023 às 14:58
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  • Por AFP Brasil
Em 4 de julho de 2023, um homem foi preso na Índia por urinar em um membro de uma comunidade tribal. A gravação do ato obsceno começou a circular no Brasil em 11 de dezembro de 2023, em publicações visualizadas mais de 54 mil vezes nas redes sociais, com a alegação de que o registro mostraria um ataque a uma mulher em situação de rua no Rio de Janeiro. Na verdade, o registro foi feito no estado indiano de Madhya Pradesh.

“No RJ Homem urinou no rosto dessa senhora de idade moradora de rua que no momento estava dormindo”, lê-se no texto sobreposto a um vídeo que circula no Facebook, no Instagram, no TikTok e no Kwai.

As publicações também associam o homem que cometeu o ato obsceno a um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Captura de tela feita em 13 de dezembro de 2023 de uma publicação no Facebook ( .)

No entanto, as imagens não foram registradas no Rio de Janeiro, e sim na Índia.

Por meio de uma busca reversa, o AFP Checamos localizou as imagens em um vídeo publicado pela agência de notícias Al Jazeera em 6 de julho de 2023. A matéria informa que a gravação mostra um ataque a um membro de uma comunidade tribal na Índia.

O caso também foi reportado por veículos indianos (1, 2, 3) e pela CNN Brasil.

O registro foi feito no distrito de Sidhi, no estado de Madhya Pradesh. As matérias sobre o caso foram publicadas em julho de 2023, mas não informam quando o ataque ocorreu exatamente.

Após a repercussão, o homem foi identificado pelas autoridades indianas e preso em 4 de julho deste ano.

No dia seguinte a sua prisão, a casa do homem foi demolida pelas autoridades de Madhya Pradesh, que alegaram à CNN que a construção era ilegal.

O governo de Sidhi também anunciou em sua página no Facebook o pagamento de uma indenização à vítima no valor de 650.000 rúpias indianas, cerca de 38 mil reais, de acordo com a conversão do Banco Central em 18 de dezembro de 2023.

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