Publicações distorcem o teor de carta enviada por Flávio Dino a senadores após indicação ao STF
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- Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 19:27
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- Por AFP Brasil
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“UMA VEZ COMUNISTA; COMUNISTA ATÉ MORRER!”, diz a legenda de uma publicação no Facebook. Conteúdo semelhante circula no Instagram, no TikTok e X (antes Twitter).
A alegação é acompanhada de uma fotografia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, com a frase: “Em carta ao Senado, Dino diz que será ‘técnico e imparcial e que vai abandonar o comunismo’”.
O conteúdo circula após o presidente Lula indicar o ministro da Justiça e Segurança Pública ao cargo no STF para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria da ministra Rosa Weber.
Para poder assumir o cargo, Dino precisará passar por uma sabatina no Senado, que confirmará ou não a escolha por meio de uma votação. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União Brasil), marcou a sabatina para 13 de dezembro
Nesse contexto, Dino enviou uma carta aos senadores que integram a CCJ defendendo a sua aprovação à vaga na Corte.
Mas em nenhum momento do documento consta a suposta declaração sobre “abandonar o comunismo”, como afirmam as publicações nas redes sociais.
A assessoria de Dino enviou ao Checamos, em 1º de dezembro de 2023, a carta encaminhada aos senadores. Ao longo de quatro páginas, ele elenca a sua trajetória profissional e diz que sempre manteve uma “postura condizente com a ética da legalidade, preservando princípios e buscando os melhores resultados referentes ao interesse público”.
Na última página, há parte da declaração citada nas redes, mas sem o suposto compromisso de “abandonar o comunismo”.
“Postulo, dessa forma, a aprovação do Senado Federal para iniciar uma nova etapa em minha vida, na qual — de modo técnico e imparcial — comprometo-me a zelar pela Constituição e pelas leis da nossa Pátria”, conclui o documento assinado pelo ministro da Justiça.
O documento também foi divulgado pela imprensa brasileira (1, 2, 3).