Demissões na Maersk em 2023 são globais, e não direcionadas ao Brasil
- Publicado em 8 de novembro de 2023 às 21:02
- 3 minutos de leitura
- Por AFP Brasil
Copyright © AFP 2017-2024. Qualquer uso comercial deste conteúdo requer uma assinatura. Clique aqui para saber mais.
“Faz o L agora e vem [...] uma das empresas de transporte marítimo maior do mundo acaba de demitir 10 mil funcionários aqui no Brasil”, diz uma usuária em um vídeo publicado no Kwai, no TikTok e no Instagram. Outro conteúdo com alegação semelhante circula no TikTok, no Instagram e no Facebook.
As sequências associam ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma notícia, divulgada em novembro de 2023, que informa que a empresa dinamarquesa Maersk comunicou um corte de 10 mil funcionários em seu quadro.
No entanto, as demissões correspondem à força de trabalho global da companhia.
Demissões na Maersk
Em 3 de novembro, a Maersk divulgou um relatório sobre as atividades financeiras do conglomerado e as condições do mercado de transporte marítimo. O documento aponta que em 2022 houve uma queda nas taxas de frete e na demanda.
A companhia afirma que, devido à “deterioração das perspectivas de preços no Oceano”, realizou 6,5 mil demissões ao longo de 2023, reduzindo o quadro de funcionários de 110 mil para 103,5 mil, e que mais 3,5 mil postos de trabalho serão cortados até 2024.
No documento, contudo, não são informados quais países foram impactados pelos cortes.
Procurada pelo AFP Checamos, a assessoria de imprensa da Maersk informou que “as medidas são globais e não específicas do Brasil” e que não poderia identificar as regiões afetadas.
A empresa ainda reiterou que os cortes foram feitos “gradualmente ao longo do ano, através de uma combinação de desgaste natural e um congelamento de contratações em vigor ao longo de 2023”.
Lojas do Starbucks
Alguns dos vídeos virais citam também a informação de que 42 unidades da cafeteria Starbucks foram fechadas no Brasil.
Em 31 de outubro de 2023, a SouthRock Capital, empresa que administra marcas como Starbucks e Subway no Brasil, entrou em recuperação judicial por causa de dívidas que somam mais de R$ 1,8 bilhão.
Em comunicado divulgado à imprensa, a operadora explicou que a medida foi resultado de mudanças econômicas provocadas pela pandemia, inflação e taxas de juros elevadas. Além disso, anunciou que faria ajustes na operação, como a revisão do número de lojas e da força de trabalho.
No dia seguinte ao início do processo, lojas da Starbucks foram encontradas fechadas pelos consumidores e ex-funcionários contaram terem sido demitidos.
De acordo com um levantamento feito pela revista Exame no último 3 de novembro, 43 das 187 unidades deixaram de funcionar desde o início do processo de recuperação judicial.
Ao AFP Checamos, a assessoria de imprensa da SouthRock informou que não tem informações adicionais para serem compartilhadas no momento, além do que já foi divulgado, e destacou que as unidades da Starbucks que seguem em funcionamento podem ser consultadas online ou por um número de telefone.
