O PT não “mandou cassar” toda a bancada do PL; há uma ação contra nove membros do partido

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  • Publicado em 5 de junho de 2023 às 23:38
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  • Por AFP Brasil
O Partido dos Trabalhadores não “mandou cassar” o mandato de todos os deputados do Partido Liberal, ao qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é filiado. Desde 12 de abril, usuários compartilharam milhares de vezes nas redes sociais um vídeo do senador Magno Malta (PL) para embasar a alegação. Mas isso é enganoso: a gravação de Malta é de dezembro de 2022 e trata de uma ação movida pela chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a de Bolsonaro e outros sete políticos, e não a todo o quórum do partido. O processo está em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“GRAVÍSSIMO! GUERRA CIVIL A VISTA: O PT MANDOU O TSE CASSAR OS MANDATOS E TORNAR INELEGÍVEL TODOS OS DEPUTADOS DO PL”, diz uma das publicações que circulam no Facebook, no Twitter, no Kwai, no Telegram e no TikTok.

Na sequência, o senador Magno Malta pede orações porque “ontem” o “PT entrou com uma ação no TSE” para tornar inelegível a chapa de Bolsonaro, o próprio Magno Malta, Eduardo Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, Bia Kicis, Carla Zambelli e Nikolas Ferreira. O senador afirma, ainda, que essa ação seria “abuso de poder político e econômico”.

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Captura de tela feita em 2 de junho de 2023 de uma publicação no Facebook ( .)

Uma busca por palavras-chave no Google levou à sequência original, publicada no perfil do senador no Instagram em 9 de dezembro de 2022, e que voltou a ser difundida em abril de 2023 com a alegação de que o processo seria atual e abrangeria todos os deputados do PL.

Mas além de Magno Malta não ocupar o cargo de deputado, a legenda vista em seu Instagram não especifica que a ação seria contra “todos” os parlamentares do partido: “O PT entra com ação no TSE contra o Presidente e patriotas aliados do povo!”.

De fato, em 8 de dezembro de 2022, um dia antes de Malta publicar o vídeo em seu Instagram, a campanha de Lula entrou com um processo no TSE contra integrantes do Partido Liberal, mas não pedindo a cassação da totalidade da bancada do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A coligação do presidente Lula — formada por PT, PC do B e PV — acusou os deputados federais pelo PL Bia Kicis, Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro, Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer, os senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta, além da chapa presidencial formada por Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto de “uso indevido dos meios de comunicação social e abuso de poder político”.

O total de parlamentares afetados pelo processo é de cinco deputados, dois senadores e dois membros do PL que atualmente não possuem mandato.

O Partido Liberal, por sua vez, elegeu a maior bancada do Congresso Nacional para o período que se iniciou em 2023: 99 deputados e 12 senadores, número consideravelmente superior ao citado no processo.

A ação movida pela Coligação Brasil da Esperança foi aceita em 14 de dezembro de 2022, pelo ministro do TSE Benedito Gonçalves. Até a publicação desta checagem, o processo continuava em tramitação no Tribunal.

No último dia 30 de maio, o PL também protocolou uma representação que pede a cassação de 6 deputadas federais do PT e do PSOL por terem “xingado” Zé Trovão (PL-SC) durante a votação do Projeto de Lei do marco temporal.

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