Relatório da UFSM não apontou traços de agrotóxico no arroz orgânico produzido pelo MST
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- Publicado em 10 de maio de 2023 às 21:19
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- Por AFP Brasil
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“ARROZ ORGÂNICO DO MST É FAKE…”, diz a legenda de publicações no Facebook. Conteúdo semelhante é compartilhado no Instagram, no Twitter, no TikTok, no Telegram e no Kwai.
Em sua maioria, a alegação circula junto a um vídeo em que o vereador de Porto Alegre Ramiro Rosário (PSDB) diz ter em mãos “uma denúncia de fraude contra o consumidor porto-alegrense” envolvendo o arroz orgânico e sem agrotóxicos vendido pelo MST.
E prossegue: “A companheirada do MST não imaginava que temos e teríamos condições de mandar fazer uma análise de laboratório sobre este produto. [...] Escolhemos o Laboratório de Análise de Resíduos de Pesticidas da Universidade Federal de Santa Maria. E, para a nossa surpresa, ou não tão surpresa assim, o que foram encontrados dentro destes produtos? Em 54 tipos de insumos de componentes que são utilizados em defensivos agrícolas, mais que o dobro do mínimo detectável [...] Ou seja, o arroz orgânico do MST é arroz fake! É fraude! É crime de propaganda enganosa!”.
O vereador menciona o Laboratório de Análise de Resíduos de Pesticidas (LARP), que faz parte do Departamento de Química e do Centro de Ciências Naturais e Exatas da Universidade Federal de Santa Maria.
Mas uma busca por palavras-chave levou a uma nota do LARP, divulgada em 27 de abril de 2023, rebatendo a alegação e afirmando que sua análise apontou justamente o contrário, que foi validado por um ofício do Ministério da Agricultura:
O texto afirma ainda que a alegação viral é “totalmente desprovida de suporte comprobatório”.
O ofício do Ministério da Agricultura, disponível na nota do LARP, detalha que a pasta abriu um processo administrativo para verificar o tema após a apresentação da denúncia. Mas que, ao consultar o laudo citado, verificou que os dados ali expressos “não sustentavam as conclusões de presença de ingredientes ativos de agrotóxicos”.
Posteriormente, confirmou a informação com o responsável técnico e signatário dos laudos do LARP:
“Conforme acima exposto, os dados constantes dos laudos levam a conclusão diametralmente oposta à veiculada na notícia, isto é, as amostras analisadas não continham qualquer resíduo de agrotóxicos”, diz o ofício do Ministério da Agricultura.
Em nota, o MST contestou as alegações compartilhadas nas redes sociais: “O MST repudia mais essa fake news e reafirma o seu compromisso com a produção de alimentos sem agrotóxicos”.
Este conteúdo também foi verificado pelo Aos Fatos e pelo UOL Confere.