Vídeo de formação geográfica na China é falsamente ligado a terremoto na Turquia e Síria
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- Publicado em 27 de fevereiro de 2023 às 19:27
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- Por AFP Tailândia, AFP Brasil
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“Imagens impressionantes de uma ruptura na crosta terrestre após o terremoto na turca Hatay”, diz uma das publicações compartilhadas no Twitter e no Facebook desde 19 de fevereiro de 2023.
A gravação, que mostra cavidades profundas em um terreno cercado por vias e construções, circula em várias outras línguas, incluindo inglês, francês, chinês, tailandês e russo.
Um terremoto atingiu a província de Hatay, no sul da Turquia, e o norte da Síria em 20 de fevereiro, matando seis pessoas.
O tremor ocorreu após um devastador terremoto de magnitude 7,8 atingir o sul da Turquia e a vizinha Síria em 6 de fevereiro, deixando mais de 44 mil mortos.
Grandes falhas apareceram na província de Kahramanmaras, no sul da Turquia, onde ocorreu o epicentro do terremoto. Imagens de drone que mostram a paisagem rompida no campo foram divulgadas em reportagens da ITV e do The Guardian.
Mas o vídeo que circula nas redes não foi feito nesse contexto.
Imagens de drone na China
Uma busca reversa por fragmentos da gravação seguida de uma pesquisa por palavras-chaves no Google e no Douyin encontrou a cena em um vídeo publicado na plataforma chinesa em dezembro de 2021 (1, 2).
Uma comparação entre capturas de tela do vídeo viral e da gravação publicada no Douyin mostra que as duas retratam os mesmos elementos visuais:
Os vídeos foram publicados por um usuário do Douyin chamado “Aerial Photography Pinglu” - em referência a um distrito no estado de Shanxi - que regularmente publica imagens feitas por drone de áreas montanhosas.
O usuário disse à AFP que os vídeos foram filmados no Planalto Loess, uma área montanhosa na parte central da China que cobre uma área de mais de 400 mil quilômetros quadrados.
Abaixo, uma comparação entre o vídeo viral e uma imagem de satélite do Google Maps no modo “visualização do globo” feita na formação geográfica chinesa:
O Economic Daily, um jornal estatal da China, escreveu em uma reportagem de 2015 que havia até “três mil” fendas no condado de Pinglu, em grande parte causadas pela erosão do solo.