O Fórum Econômico Mundial não recrutou “guerreiros da informação” para controlar internet
- Este artigo tem mais de um ano
- Publicado em 5 de setembro de 2022 às 17:43
- 3 minutos de leitura
- Por Nahiara S. ALONSO, AFP Estados Unidos, AFP Brasil
Copyright © AFP 2017-2025. Qualquer uso comercial deste conteúdo requer uma assinatura. Clique aqui para saber mais.
“O WEF (Fórum Econômico Mundial) pode contratar 110.000 ‘guerreiros da informação’ para ‘reforçar’ a narrativa oficial sobre o Covid 19, a agenda climática, a guerra por procuração na Ucrânia”, indicam publicações no Twitter (1, 2, 3).
“OS DONOS DA VERDADE WEF - Fórum Económico Mundial anuncia recrutamento de 'Guerreiros da Informação' para controlar a narrativa nas mídias sociais Quando a verdade e os factos afrontam poderes, interesses, agendas e narrativas construídas e sem fundamentos reais, o que tentam fazer? Aniquilar essa mesma verdade através da censura, mobilização da delação e desinformação, sim essa que apregoam ser uma ameaça pública”, escreveu um usuário no Facebook (1, 2).
Conteúdo semelhante circula em espanhol e em inglês (1, 2) juntamente com um artigo do site News Punch.
No texto, publicado em 17 de agosto de 2022, o portal aponta que o Fórum Econômico Mundial anunciou em seu site o lançamento de um podcast produzido pelo órgão cujo título é “Em busca de uma cura para a infodemia”. Nele, a subsecretária de Comunicação das Nações Unidas, Melissa Fleming apresentou a campanha “Verificado” das Nações Unidas.
“A parte desta campanha chamada de 'verificar e pausar' também envolve o recrutamento de pessoas em todo o mundo e, até agora, recrutamos 110.000 voluntários da informação e os capacitamos com conhecimento sobre como a informação falsa se espalha e pedimos que eles atuem como 'primeiros respondedores digitais' naqueles espaços onde a desinformação circula (...) e que compartilhem a boa informação”, comentou Fleming aos 7 minutos e 15 segundos de sua entrevista.
Campanha da ONU para receber informações
A campanha “Verificado” é uma iniciativa que as Organizações das Nações Unidas (ONU) lançaram em 2020 para combater a desinformação na internet durante a pandemia de coronavírus. “As pessoas estavam procurando informações sobre o coronavírus e se depararam com muitas informações falsas, então queríamos garantir que elas também pudessem acessar informações verificadas nos espaços onde a desinformação se move, como redes sociais ou grupos de conversa”, disse Fleming à AFP.
No entanto, a subsecretária-geral de Comunicações Globais da ONU falou sobre a dificuldade de chegar a esses espaços para combater conteúdos falsos, daí a importância dos voluntários existirem. “Nós os chamamos de voluntários da informação e são pessoas que querem ter informações verificadas sobre o que está acontecendo e ajudar simplesmente compartilhando nosso conteúdo em suas próprias comunidades”, comentou.
Conforme explicado no projeto, os voluntários se inscreveram para receber diariamente uma curadoria de conteúdo das Nações Unidas com o objetivo de compartilhar “mensagens simples que combatem diretamente informações erradas ou preenchem um vazio de informações” que chega a eles por meio de um boletim informativo.
Em 5 de setembro de 2022 a campanha seguia ativa e é possível se inscrever no site para receber os informativos. “Inscreva-se para se tornar um voluntário ou voluntário de informações e receba informações para compartilhar com seus contatos”, diz o anúncio da campanha. A iniciativa faz parte de um projeto maior que também ensina como verificar as fontes das alegações e identificar a desinformação.
Além disso, Fleming comentou que o projeto “não tem afiliação com o Fórum Econômico Mundial” e que o podcast do qual participou é uma das muitas ações que fez no “Verificado”, como este artigo publicado no The Economist. “Temos muitos colaboradores no projeto, mas não o Fórum Econômico Mundial”, explicou. Entre os colaboradores estão plataformas como Twitter, Facebook, Abraji e Agência Lupa.
News Punch não garante a veracidade de suas informações
News Punch, o site que compartilhou a afirmação sobre o Fórum Econômico Mundial supostamente ter recrutado "guerreiros da informação" para controlar a internet, afirma em seus termos e condições que não é responsável pela veracidade das informações veiculadas na plataforma.
“A Newspunch, LLC e/ou seus fornecedores não são responsáveis pela adequação, confiabilidade, disponibilidade, pontualidade e precisão das informações”, explicam.