Uma mexicana não esfaqueou seu marido por achar, erroneamente, que ele era infiel
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- Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 20:31
- Atualizado em 12 de fevereiro de 2021 às 18:44
- 2 minutos de leitura
- Por AFP México
- Tradução e adaptação AFP Brasil
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“Mexicana esfaqueia marido após confundir ela mesma com ‘amante’ em foto”, diz o título de matérias publicadas em vários sites de notícia (1, 2, 3) sobre o suposto caso ao menos desde o último dia 26 de janeiro. Nos textos indica-se que o caso teria ocorrido no estado mexicano de Sonora (noroeste) ou especificamente no município de Cajeme.
Essa alegação também circulou no Facebook (1, 2, 3), no Instagram (1, 2, 3), por vezes com a captura de tela dos artigos, e no Twitter (1, 2).
A história circulou igualmente em outros idiomas, como inglês - em veículos de comunicação como o New York Post e o Daily Mirror -, indonésio e espanhol.
Várias postagens em português citam como fonte o periódico mexicano Diario de Yucatán, que publicou um artigo sobre o suposto ocorrido em 21 de janeiro. No entanto, este não foi o primeiro a relatar o caso: o exemplo mais antigo encontrado pela equipe de checagem da AFP data de 16 de janeiro, em uma matéria que dá mais detalhes sobre a localização em Sonora, ao mencionar a colônia Urbi Villa, localizada no município de Cajeme.
A maior parte das publicações é ilustrada com a fotografia de uma mulher detida, com uma tarja preta na região dos olhos, e escoltada por dois policiais cujo uniforme contém a inscrição, em espanhol, “prefectura”. Atrás dela pode-se ler as palavras “delegación” e “agencia de investigación criminal”.
Uma busca pelas palavras-chave em questão revelou que a imagem foi publicada no Twitter pela Prefeitura Naval Argentina em 25 de setembro de 2019, depois de capturarem a mulher, acusada de um assassinato em Mercedes (leste da Argentina) em 2006.
Capturamos a una de las mujeres más buscadas del país. De profesión enfermera, tiene una condena de prisión perpetua desde el 2011 por la violación, tortura y muerte de un menor durante un ritual satánico realizado en la ciudad correntina de Mercedes en 2006 pic.twitter.com/Kqw11CK9Gx
— Prefectura Naval Argentina (@PrefecturaNaval) September 25, 2019
No mesmo dia 25, a Prefeitura Naval emitiu um comunicado explicando que a detida estava foragida desde 2012.
A agência de notícias argentina Télam publicou uma nota sobre o caso, na qual indicava que a mulher era uma das 10 pessoas mais procuradas no país.
A equipe de checagem da AFP entrou em contato com a área de comunicação social da Secretaria de Segurança Pública de Sonora, que descartou a veracidade da história viralizada. “Não se tem relatos” de um caso com as características descritas pelas postagens, indicaram.
EDIT 12/02: Modifica a captura de tela para retirar o nome do usuário