Uma foto de protesto por impeachment de Dilma Rousseff é associada a ato pró-Bolsonaro
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- Publicado em 4 de maio de 2021 às 22:12
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- Por AFP Brasil
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“Essa vai pra esquerdalha que diz que tem eleitor do Bolsonaro arrependido. Será???”, indicam as legendas das fotos, compartilhadas milhares de vezes no Facebook (1), no Instagram e no Twitter (1).
A mesma fotografia (1) circulou também associada aos atos do último 1º de maio, Dia do Trabalhador, quando manifestantes foram às ruas expressar seu apoio a Bolsonaro, apesar da pandemia de covid-19 que já deixou mais de 408 mil vítimas no país, e pedindo a intervenção militar.
Mas uma busca reversa pela imagem no Google mostra a mesma fotografia em um site de notícias datada de março de 2016 mencionando uma manifestação pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (2011-2016).
Uma segunda pesquisa, a partir dos termos “Dilma + Brasília + manifestação + impeachment” encontrados anteriormente, levou a uma matéria do jornal Folha de S.Paulo de 15 de março de 2015 contendo a mesma fotografia viralizada e creditando-a ao fotógrafo Sérgio Lima, da agência Folhapress.
No site da Folhapress, por sua vez, é possível chegar a outra foto da mesma cena, registrada no mesmo dia 15 de março de 2015, cuja descrição diz: “Manifestação contra a presidente Dilma Rousseff na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF). A concentração começou no Museu da República, terminando no Congresso Nacional. Alguns manifestantes pedem o impeachment da presidente e a volta da Ditadura Militar”.
De acordo com o artigo da Folha de S.Paulo, o momento central da manifestação reuniu 45 mil pessoas, segundo informações da Polícia Militar do Distrito Federal, durante a qual foram registrados confrontos entre a PM e os presentes.
Em todo o Brasil, em 15 de março de 2015, cerca de 1,5 milhão de pessoas protestaram contra a então chefe de Estado e cuja principal pauta era o impeachment da presidente, que havia começado o seu segundo mandato no início de 2015.
Em agosto de 2016, Dilma Rousseff perdeu seu cargo após ser destituída pelo Senado.
Além disso, em 2015, Bolsonaro ainda atuava como deputado federal pelo PSL e sua candidatura para o cargo de chefe de Estado só foi oficializada em julho de 2018, mais de três anos após a foto da multidão em Brasília ser registrada.