Não, essa foto não mostra pinos de drogas recolhidos na Universidade Federal do Espírito Santo

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  • Publicado em 15 de maio de 2019 às 15:35
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  • Por AFP Brasil
Um publicação compartilhada mais de 19 mil vezes no Facebook apenas horas após sua criação em 12 de maio de 2019 afirma mostrar “pinos de crack e cocaína” recolhidos em área da Universidade Federal do Espírito Santo. Entretanto, a fotografia foi tirada durante ação do Instituto EcoFaxina em uma região de mangue em Santos, no estado de São Paulo.

“Aos mal informados, isto é uma mostra de uma pequena quantidade de pinos de crack e cocaína recolhidos na área da Universidade Federal do Espírito Santo. Será que alguém ainda acha que as atitudes do governo são um ‘equívoco’?”, dizia o texto da publicação viralizada, que foi compartilhada 19 mil vezes antes de ser removida do Facebook em 13 de maio.

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Captura de tela feita em 13 de maio de 2019 mostra publicação com 19 mil compartilhamentos

A mesma imagem foi compartilhada centenas de vezes em outras postagens no Facebook (1, 2, 3) e no Twitter (1, 2), com legendas semelhantes.

Entretanto, uma busca pela foto revela que ela foi publicada em 29 de abril deste ano no perfil do Instituto EcoFaxina no Instagram, com a localização de Santos, São Paulo. A publicação é acompanhada pela hashtag #PinosdeCocaína, indicando que os resíduos exibidos na imagem são realmente tubos utilizados para armazenamento da droga.

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Captura de tela feita em 14 de maio de 2019 de uma postagem no Instagram do Instituto EcoFaxina

De fato, a Prefeitura de Santos publicou uma nota em 29 de abril deste ano relatando a atividade conduzida pelo Instituto EcoFaxina. Segundo o texto, a ação contou com cerca de 40 voluntários que retiraram mais de 500 Kg de resíduos sólidos de área de mangue do bairro santista de São Manoel.

Em resumo, apesar de a imagem aparentemente mostrar a coleta de tubos utilizados para armazenamento de cocaína, eles não foram encontrados em área da Universidade Federal do Espírito Santo, mas em um manguezal em Santos (SP).

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