Na realidade, o artigo distorceu um comunicado oficial enviado aos servidores do Ministério de Ciência e Tecnologia
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- Publicado em 9 de setembro de 2019 às 22:20
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- Por AFP Brasil
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Com o título “Bolsonaro ameaça matar quem protestar no 7 de setembro”, uma matéria publicada pelo Blog da Cidadania comenta um comunicado enviado aos servidores do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), mas leva a um entendimento equivocado do que efetivamente foi dito no documento, já que essa afirmação não é verificada ao longo do texto.
O comunicado dá orientações sobre o acesso à Esplanada dos Ministérios durante o evento comemorativo da Independência, com um desfile cívico-militar. Afirma que apenas os plantonistas poderão acessar algumas áreas, que as janelas deverão ficar fechadas e as persianas e cortinas, abertas.
Ao final, há uma observação: “Caso algum servidor esteja de plantão no dia 07, orientamos a não se aproximar das janelas durante o evento para não dificultar o trabalho dos Observadores do Exército (que podem confundir a situação com alguma ameaça real e reagir de forma ostensiva e até letal)”.
O comunicado, que foi enviado internamente para os funcionários do ministério, teve o seu conteúdo divulgado pela imprensa. Para confirmar a sua veracidade, o AFP Checamos entrou em contato por telefone com a assessoria do MCTIC, que garantiu que ele foi veiculado para os seus servidores e é verdadeiro.
Entretanto, a nota não faz menção alguma a protestos ou impedimentos de manifestação, nem a uma possível reação do governo.
A afirmação, feita no título do artigo viralizado, não é embasada ao longo do texto, já que utiliza as informações que efetivamente constam na nota divulgada pelo governo.
Na verdade, trata-se do forte esquema de segurança montado nos atos oficiais desde a posse no início deste ano do presidente Jair Bolsonaro, quem sofreu um ataque com faca em 6 de setembro de 2018 durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.
Em resumo, o título atribuído à matéria não retrata o que, de fato, o documento diz. E trata-se, na realidade, de uma medida de segurança para as comemorações do Dia da Independência, sem que haja qualquer menção a protestos.